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Orlando Silva quer lei de proteção de dados que sobreviva às mudanças digitais

A Lei deve assegurar que o dado pessoal é privado, e não público, defendeu Paulo Santarém, do Instituto Beta.

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O relator da comissão especial que discute o projeto de lei de proteção de dados, deputado Orlando Silva (PCdoB/SP), afirmou hoje, 22, que pretende apresentar um substitutivo ao projeto de lei que contenha princípios, ao invés de acrescentar muitos detalhes,  para evitar que a norma fique desatualizada rapidamente. ” A lei deve ser aplicável no ambiente de mutação permanente,”, afirmou ele.

Para Paulo Santarém, do Instituto Beta, o projeto deve explicitar que o dado pessoal é privado, e não público. “Isso significa que não pode haver o entendimento de que  um dado, porque é tornado público, ele vira público”, assinalou.

Para Santarém, se fosse assim, “um site qualquer poderia divulgar a senha de meu e-mail, sob o argumento de que ela é pública. Ou seja, se a pessoa não pediu para preservar, qualquer um pode usar”. E é isso que ele acha que o projeto de evitar. ” O consentimento  não é irrelevante”, afirmou.

Já para o advogado Luiz Fernando Castro, que integra do Comitê Gestor da Internet (CGI), não é mais possível  evitar o fluxo de dados nesse mundo de big data e algorítimos. Mas é necessária uma norma legal que seja transparente, garanta o direito à portabilidade, e o direito de proteção. “O importante é criar um ambiente minimamente seguro, pois há um grande perigo de continuarmos sem regra nenhuma, ou colocar tanta regra, que a lei não será cumprida”, concluiu.

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