Operadoras procuram o “fator uau” para elevar preços no 5G

Além da busca pelo fator uau, novos fornecedores ainda não emplacaram o open RAN como alternativa mais viável que soluções proprietárias 5G, diz a GSMA

(crédito: Freepik)

O 5G está sendo implantado na América Latina, com o Brasil à frente nas iniciativas, mas as operadoras ainda não encontraram o “fator uau” que justifique maior investimento por parte dos clientes na tecnologia. Conforme estudo divulgado hoje, 29, pela GSMA, a maioria dos primeiros casos de uso de 5G são “extensões de serviços existentes”.

O material aponta que as operadoras “estão cientes da necessidade de desenvolver aplicativos adicionais que aproveitem os recursos únicos do 5G” e justifiquem aumento de preços atrelados a entrega de mais dados e mais velocidade. Para chegar lá, deverão fechar parcerias.

“Assim, operadoras e fornecedores de equipamentos na região investiram em laboratórios 5G dedicados à cocriação de soluções para consumidores e empresas, visando atender necessidades específicas”, ressalta a entidade, que representa operadoras móveis no mundo todo.

Se as operadoras se contentassem em manter os preços atuais, a demanda por 5G está comprovada. De acordo com uma pesquisa da GSMA Intelligence, quase dois terços dos consumidores na América Latina pretendem migrar para o 5G.

Também há um sentimento positivo em relação ao 5G entre as empresas latino-americanas. A pesquisa da GSMA Intelligence mostra que, na região, empresas de todos os setores consideram novas tecnologias – como 5G, redes privadas, IoT massivo, edge e fatiamento – determinantes para avançar em suas transformações digitais.

5G Advanced e Open RAN

E o 5G puro mal está sendo implantado, as operadoras já apontam o que desejam mais da próxima fase da tecnologia, o 5G Advanced (ou 5.5G, como chama a fabricante Huawei). O fatiamento de rede é a principal função almejada, pois permite a separação de serviços por qualidade. Depois, aumento da eficiência energética da rede; computação de borda; e mais segurança.

O relatório indica ainda que está havendo um choque de realidade nos testes com o Open RAN praticados pelas operadoras da região. O 5G está sendo massivamente implantado com soluções proprietárias tradicionais, uma vez que o Open RAN não se comprovou mais econômico.

“À medida que os testes e implantações avançam globalmente, fica cada vez mais claro que, por enquanto, o Open RAN não é necessariamente mais barato do que as soluções concorrentes. Os sites Open RAN permanecem escassos, tanto na América Latina quanto no mundo, enquanto o suporte dos maiores fornecedores de infraestrutura de rede permanece mínimo, na melhor das hipóteses”, diz a entidade.

O relatório completo, em português, está aqui.

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Rafael Bucco

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