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Operadoras devem monetizar 5G para além do pacote de dados, comenta vice-presidente da Nokia

Ailton Santos afirmou ainda que operadoras monetizaram o 4G apenas em pacote de dados e, por isso, deixaram de ser as protagonistas da quarta geração

O 5G representa um novo jogo no qual todos são iniciantes, analisa Ailton Santos, vice-presidente de Software da Nokia na América-Latina. Com isso, ele defende que as operadoras procurem formas de monetizar a rede para além do pacote de dados e voz, que não será suficiente para compensar os investimentos da quinta geração.

“Existe um limite para que o usuário, por mais benefício que ele tenha de velocidade, de latência, conseguir pagar muito mais do que já se paga hoje em pacotes de dados”, disse hoje, 26, em evento da Futurecom. Para ele, a conta vai ter de vir de outro lugar e o mercado que surge é o da Internet das Coisas (IoT).

O executivo também comentou que na rede 4G as operadoras, embora tenham monetizado serviços de dados, não fizeram o mesmo com outras aplicações da tecnologia. Foram as OTTs que se constituíram como as verdadeiras protagonista da rede. Elas monetizaram o 4G das mais diversas maneiras, por meio de publicidade, metadados, pagamentos eletrônicos, assinaturas e vendas. Sobre o 4G, empresas como Netflix, Uber, Spotify e Amazon surfaram em um  alto valor agregado e alta margem de lucro, comentou Ailton.

Clayton Cruz, presidente do Departamento da América Latina e Caribe do Amdocs, também afirmou não existir uma “receita de bolo” para monetizar o 5G. Isso, acrescenta, vai depender da estratégia de mercado de cada empresa. Cruz relembra que mesmo no 4G ainda há muito investimento a ser recuperado e que o 4G e o 5G serão inovações que acontecerão paralelamente.

Abertura para parcerias

O cenário explicitado por Cruz é um dos motivos que explicam a tendência global das operadoras para maior abertura às parcerias, explicou Márcio Fabbris, vice-presidente da B2C da Vivo.

Com as inovações do 4G e 5G ocorrendo simultaneamente, sendo que existem cidades que ainda estão no 2G, “surgiu uma capacidade de investimento, muito maior do que capacidade das redes”, declarou. “A gente chegou em uma equação que já não dava mais para tocar  sozinho e construir uma rede em cima da outra”, ressaltou.

*Ramana Rech é estagiária de jornalismo do Tele.Síntese

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