Operadoras já negociam cooperação em carteira digital

Labriola quer um padrão de carteira digital avalizado por todas as teles e que permita aos clientes pré-pagos comprarem produtos físicos com créditos de celular.

O CEO da TIM, Pietro Labriola, também afirmou hoje, 25, que as operadoras iniciaram conversas a respeito da criação de uma plataforma padronizada de carteira digital. Ele não detalhou, no entanto, em qual estágio estão as discussões.

“Estamos vendo também com outros operadores [o desenvolvimento de uma carteira digital]. Se cada operadora tiver sua própria carteira, não tem sinergia. Então faz sentido todas se juntarem para uma carteira única”, afirmou durante evento do site Infomoney.

Todas as operadoras anunciaram nos últimos meses iniciativas no segmento financeiro, oferecendo serviços ou benefícios baseados em parcerias com fintechs. Para Labriola, todas precisam colaborar entre si para criar um padrão de carteira digital que permita aos clientes do pré-pago gastar os créditos na compra de produtos físicos, a partir do uso de QR Codes.

Para o presidente da TIM é vital que as teles ao menos se juntem para encontrar uma solução comum de pagamento baseada no pré-pago. “É importante padronizarem. Não posso pedir para o vendedor de coco ter 4 QR Codes diferentes. Senão pode acontecer o que aconteceu com o MMS. Os operadores não conseguiram colocar o MMS no mercado, e chegou o WhatsApp, com um overlay, e definiu o padrão”, alertou.

Competição fica em telecom

Diz ele que as operadoras vão continuar a competir pelos clientes no seu mercado principal, de telecomunicações, mas para aproveitarem inovações, devem se juntar. E disse que o mesmo tipo de oportunidade pode ser aproveitada no mercado publicitário.

“Outro mercado será a monetização dos dados dos clientes. Em 2021 os cookies vão acabar. Quem vai ter dados dos clientes? Os operadores. Mas o anunciante quer comprar publicidade, não quer comprar só da TIM, quer comprar para atingir o público independente da operadora”, resumiu.

Outros executivos da TIM, da Oi e da Claro reconheceram em 11 de agosto a existência de oportunidades nestes segmentos, mas até então diziam que não existiam tratativas.

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Rafael Bucco

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