Operadora europeia vai bloquear anúncios em sua rede

Three traça planos para que anunciantes arquem com dados de publicidade exibida aos usuários móveis.

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A Three, operadora do grupo CK Hutchison, desenvolveu tecnologia para bloquear a exibição de anúncios em aparelhos conectados à sua rede. Segundo a companhia, a solução foi testada no Reino Unido e na Itália, mas será aplicada em todos os oito países em que opera.

Segundo a empresa, o bloqueio na rede dos anúncios é mais eficiente do que o uso de apps pelo consumidor que não deseja ver men

sagens publicitárias em apps ou sites na internet. A companhia diz, ainda, que o objetivo não é minar a publicidade móvel, mas dar opções para o consumidor controla, escolher e conhecer o que de fato é baixado em dados em seus dispositivos.

A medida é uma maneira de pressionar anunciantes e OTTs a pagar pelo tráfego de dados nas redes. Outra operadora, a jamaicana Digicel, estabeleceu estratégia similar em setembro do ano passado, quando anunciou uma guerra a serviços como Google e Facebook, acusando-os de usufruir das redes, sobrecarregá-las, sem oferecer qualquer investimento que melhore os serviços de acesso de dados ao consumidor.

A Three publicou três pilares que vão direcionar sua estratégia de bloqueio – e gerar renda para a tele:

  1. O consumidor não deve pagar pelos dados gastos com publicidade. Este custo deve ser do anunciante.
  2. A privacidade e segurança do usuário deve ser preservada. A operadora acusa alguns anunciantes de usar a publicidade móvel para coletar dados sem o consentimento adequado de seus clientes.
  3. O consumidor deve ter o direito de escolher a que tipo de publicidade estará sujeito, em vez de ter sua experiência de navegação móvel degradada pela quantidade “excessiva, invasiva, irrelevante ou não desejada” de anúncios.

A iniciativa conflita com a proposta da Comissão Europeia para a neutralidade de rede – que se assemelha à regra brasileira, proibindo a discriminação de tráfego por origem, destino ou tipo de conteúdo. A regra de neutralidade foi aprovada por todos países do bloco em outubro de 2015, e passa a vigorar em 30 de abril deste ano.

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Rafael Bucco

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