OpenRan está mais pragmático, avalia a Dell

O OpenRan dá sinais de que vai mesmo deslanchar no globo, e também na América Latina, avalia a Dell Technologies

Barcelona – O OpenRan dá sinais de que vai mesmo deslanchar no globo, e também na América Latina. Não apenas pelo recente movimento da gigante operadora norte-americana AT&T, que abraçou a posição de adotar os rádios (Ran) abertos, mas também porque as empresas que defendem essa tecnologia mudaram de postura. ¨O OpenRan está mais pragmático¨, avalia Sandro Tavares, diretor global de Marketing para Telecomunicações da Dell Technologies, presente ao MWC.

Segundo o executivo, o  resultado final do OpenRan – que é ter uma arquitetura aberta que permite aos vendors tradicionais continuarem no mercado e incentiva o ingresso de novos vendors para inclusive fazer novas aplicações  – continua válida. Mas agora, diz, ¨o pragmatismo está no fato de que se passa a  pensar na desagregação de rede com a adoção de arquitetura de Cloud nativa,  para empresa continuar a evoluir no futuro e chegar na arquitetura destino de OpenRan.¨.

Antes, os fornecedores apresentavam só a ideia final do OpenRan, o que poderia entusiasmar novos entrantes, como a operadora Norte-Americana Dish, que tem a sua rede 100% cloud native, ou seja, integralmente OpenRan. Mas operadoras com grande legado não se entusiasmavam com a ideia, diz Tavares. Agora, com a guinada da AT&T, confirma-se que os vendors aprenderam e tornaram-se mais objetivos na defesa da  nova tecnologia, conseguindo convencer operadoras com enormes redes legadas, como a da gigante norte-americana.

Brasil 

Para o executivo, a iniciativa da Anatel, de criar um laboratório para o OpenRan e criar provas de conceito é importante.  Ele  entende que a completa mudança de arquitetura de rede que vem com essa iniciativa deverá impactar também o ambiente regulatório. Mas, segundo ele, ainda não  há movimentação firme de qualquer operadora latina ou  brasileira para ir na direção do OpenRan, embora, após o pioneirismo da AT&T, várias empresas da América Latina já começaram a dar sinais de que podem iniciar os estudos.

As redes privativas, 5G  disse ele, também estão se efetivando na prática. A Dell, por sinal, firmou há pouco tempo parceria com a Nokia, empresa que possui o maior número de redes privativas instaladas no mundo, para também ingressar nesse segmento.  Embora tenha iniciado a pouco tempo a oferta de soluções para o mercado de telecomunicações, a empresa resolveu dar status único para o segmento. Telecomunicações são a única vertical fim a fim dentro da organização, disse Tavares, criada para desenvolver plano estratégico de evolução da arquitetura.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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