Open RAN estará pronto para implantação da 5G no Brasil, diz Qualcomm

Para representante da Qualcomm, a 5G deveria ser implementada junto com a Open RAN, enquanto operadoras defendem que a tecnologia ainda não estará madura o suficiente
OpenRAN
Francisco Soares, vice-presidente da Qualcomm

A tecnologia do Open RAN estará disponível até julho do ano que vem para que as telcos implementem a rede 5G dentro do modelo, declarou o vice-presidente da Qualcomm, Francisco Soares no evento Painel Brasil hoje, 28.

Para ele, a 5G será uma porta de entrada para a chegada do Open RAN. “Eu não acho que [o Open RAN] esteja muito prematuro para pensar nessa possibilidade. O projeto de negócios para ser implementado com a 5G deveria ser endereçado a questão OpenRAN”, afirmou o executivo. Nesse caso, a tecnologia se desenvolveria em meio a “ilhas de oportunidade” da 5G e evoluiriam a partir disso. “O próprio 5G vai entrar devagar também”, argumentou.

No entanto, essa visão não é compartilhada por todos do ecossistema de telecomunicações. Representantes da TIM e da Claro discordaram de que a tecnologia estaria madura o suficiente no ano que vem para a entrega da 5G.

O CTO da Claro, André Sarcinelli, acredita que a tecnologia entrará “comendo pelas bordas” em apenas alguns segmentos. “O Open RAN vai estar maduro, provavelmente, daqui a dois anos para  atuar em soluções voltadas para enterprise ou áreas rurais ou de baixa densidade de tráfego”, disse.

O diretor de Arquitetura, Inovação e Tecnologia da TIM, Atila Xavier, foi na mesma direção que Sarcelli. Em sua visão, para a 5G, as operadoras já contam com seus fornecedores tradicionais e soluções monolíticas. Assim, o Open RAN entraria muito mais como uma forma de “potencializar a 5G de forma criativa e inovadora” ao abrir possibilidade para open source.

Lock-in em Open RAN?

André Sarcinelli, CTO da Claro

André Sarcinelli ainda comentou que fornecedores tem sugerido espécies de lock-in para tecnologia Open RAN, o que quebraria com uma das maiores promessas do ecossistema como sendo livre para competição. O executivo comentou que várias foram as propostas com soluções que envolvem lock-in com dois fornecedores. Houve ainda ofertas que suportavam vários players, mas com melhor interoperabilidade com alguns poucos.

“Eu tive muitas reuniões com muitos fornecedores que prometem sair do vendor lock-in. Mas eles já vêm com parceiro carimbado fazendo o vendor lock-in de um para dois”, disse.

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Ramana Rech

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