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Open Banking completa dois anos, veja como foi

Vice-presidente da GFT Brasil, empresa responsável junto ao BC e FEBRABAN por implantar o Open Banking no país, comenta sobre a trajetória.
Vice-presidente da GFT Brasil, empresa responsável junto ao BC e FEBRABAN por implantar o Open Banking no país, comenta sobre a trajetória.
Sérgio Favarin, Vice-Presidente de Negócios da GFT Brasil, participante do Open Banking no país. (Crédito: Divulgação)

Com a largada anunciada em fevereiro de 2021, o processo do Open Banking ganhou os holofotes no Brasil desde então. Hoje, pouco mais de dois após o início dessa trajetória, o Tele.Síntese conversa com a GFT Brasil. A empresa foi responsável junto ao Banco Central (BC) e Febraban em instaurar o sistema no país. 

Surgindo no Reino Unido em 2013, o projeto de Open Banking, sistema bancário aberto em tradução livre, consiste em um conjunto de regras sobre o uso e compartilhamento de dados e informações bancárias entre instituições. Após o início de sua implementação no país, o termo foi renomeado pelo BC para Open Finance devido a complexidade do sistema bancário e financeiro do Brasil.

“O mercado financeiro no Brasil é extenso. Temos hoje mais de 800 instituições entre bancos, corretoras, seguradoras [entre outras] no país. Aplicar o mesmo sistema que ocorreu no Reino Unido em 2013 seria inviável. Por isso foi necessário tropicalizar a proposta e estabelecer fases para o sistema ser instalado no país” disse Sérgio Favarin, Vice-Presidente de Negócios da GFT Brasil. 

Repartido em quatro fases, o projeto deu-se como finalizado em dezembro de 2021. A partir daquele momento, clientes que deram consentimento as suas instituições financeiras teriam seus dados compartilhados entre as empresas. “O projeto no Brasil foi audacioso comparado ao resto do mundo, as dimensões continentais e a imensa população criaram diferentes demandas. Somente no primeiro ano de atividade, quase 15 milhões de pessoas bancarizadas já se encontravam no sistema. O mesmo só ocorreu no Reino Unido após 5 anos do início das atividades”, comentou Favarin. 

Além das dificuldades técnicas e logísticas, o receio do cidadão também é um problema enfrentado. Com o rápido avanço das tecnologias e o aumento dos casos de ataques, a população torna-se receosa a novidade. Contudo, o entrevistado afirma que o sistema de implantação por fases e a ampla legislação brasileira sobre o assunto fornecem um respaldo aos integrantes. “Hoje o Brasil segue como pioneiro no Open Banking, países como Japão e EUA ainda não se encontram no mesmo patamar que nós e o Reino Unido não cobre a quantia de tópicos e serviços financeiros que cobrimos” conta.

Por fim, o Open Finance promete uma hiper-personalização e democratização do sistema bancário no país. Com o amadurecimento e o aumento do número de integrantes, espera-se que melhores ofertas cheguem aos clientes. E instituições, mesmo que não possuam laços com o indivíduo, possam abordá-los com propostas interessantes.

“O maior beneficiado é o usuário. O sistema não implica  mais telemarketing ou e-mails spam, o que ele planeja são ofertas melhores ao usuários e maior comodidade para migrar de intuições.  Você não precisar criar uma nova relação com outra instituição porque ela já sabe quem é você, assim pode oferecer melhor negócios. Isso tem um impacto positivo, especialmente na camada mais pobre do país”, finaliza Favarin.

*É estagiário de jornalismo do Tele.Sintese.

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