Oi venderá ações na Companhia Santomense por US$ 6 milhões

Operadora afirma que o ingresso de recursos contribuirão para o incremento do caixa da empresa com a venda das ações em país africano afetado pela pandemia e em forte crise econômica por depender do turismo
CEO da Oi, Rodrigo Abreu (à esquerda), na Assembleia Geral dos Credores da Oi

A operadora Oi informou à  7ª Vara Empresarial do Rio de janeiro ter recebido proposta de US$ 6 milhões para a venda da participação acionária das ações de emissão da CST (Companhia Santomense de Telecomunicações), localizada na República Democrática de São Tomé e Príncipe, na África, ao grupo Visabeira Global, empresa portuguesa de prestação de serviços de telecomunicações.

Ao todo, a transação corresponde a 51% das ações, sujeito a ajuste no momento do fechamento da operação, não podendo ser inferior a US$ 5 milhões. Segundo a Oi, o ativo CST foi avaliado em US$ 7,1 mi, o que equivale a 100% das ações. A participação acionária do grupo Oi foi avaliada em US$ 3,6 mi. Com isso, o preço oferecido pela Visabeira Global supera o valor da avaliação, apontou a operadora.

“A operação está alinhada ao Plano de Recuperação Judicial aditado com aprovação dos credores em setembro, que definiu os ativos isolados passíveis de alienação para que a companhia siga com o foco na estratégia de ampliar os investimentos em fibra”, afirmou a operadora em nota ao Tele.Síntese.

“A Oi segue seu processo de transformação do negócio, mantendo o projeto de se tornar uma das empresas de infraestrutura e serviços digitais mais relevantes do país, e ciente do seu compromisso com a sociedade, clientes, profissionais e todos os participantes de seu ecossistema”, acrescenta. 

O ativo foi adquirido em 2014, com a fusão da Portugal Telecom e passou a ser considerado um ativo com baixa atratividade para as recuperandas por se encontrar em um país distante do Brasil, “o que impede a adequada e imprescindível sinergia que deve existir entre as empresas do mesmo grupo empresarial”, ressalta o documento. 

 Pandemia

De acordo com a Oi, a urgência na alienação da participação acionária se deu em razão dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, que impacta São Tomé e Príncipe, uma vez que o país é dependente do turismo, e o Banco Mundial prevê uma forte crise econômica local.

Ainda conforme a companhia brasileira, a venda das ações da CST representa o ingresso de recursos que contribuirão para o incremento do caixa da recuperanda e sua efetivação,  evitando a depreciação do ativo.  Além disso, o investimento não é estratégico para os negócios definidos para o Brasil.

Avatar photo

Abnor Gondim

Artigos: 787