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Venda da participação na Unitel pela Oi depende de garantia da Sonangol

Petroleira angolana busca banco para avalizar operação, que pode chegar a US$ 1 bilhão (R$ 4 bilhões). Ações da Oi fecharam em alta nesta quarta-feira, após queda acumulada de quase 62% na última semana.

A Oi voltou a subir no mercado de ações nesta quarta-feira, 21, após mais de uma semana seguida de quedas e de elevada desvalorização. Os papeis ON da companhia registraram alta de 5,48%, e terminaram cotados a 0,77 centavos. O volume ficou em R 286,3 milhões. As ações PN fecharam com valor de R$ 1,28, após alta de 14,29%.

Segundo analistas de mercado, os rumores de que a empresa estaria prestes a mudar de presidente tiveram pouco reflexo na alta. O que mais contou foi mesmo a percepção de que houve uma desvalorização muito grande nos últimos dias, fazendo com que o papel se tornasse uma oportunidade aos olhos tanto de investidores locais, como de estrangeiros.

Venda da Unitel

Ainda segundo analistas, há a expectativa de que a venda da participação da Oi na Unitel seja anunciada em breve. O comprador deve ser mesmo a petroleira angolana Sonangol, uma vez que outra potencial compradora, Isabel dos Santos, fez oferta mais baixa pelo ativo. Tanto Sonangol, quanto Isabel dos Santos, são sócios da Oi na operadora de Angola.

O valor da transação gira em torno de US$ 1 bilhão. O contrato de venda já estaria praticamente fechado, faltando apenas a parte compradora operacionalizar o pagamento. Um banco angolano se recusou avalizar a operação, causando atrasos. Mas a petroleira já estaria buscando outro financiador, com a expectativa de ter o contrato em mãos em 15 dias.

Para uma fonte, que prefere não se identificar, realizada a venda, a situação da Oi ficará mais cômoda, e a execução do plano estratégico, mais viável. Falta à empresa R$ 4,5 bilhões para alcançar o investimento previsto no plano, e a entrada no caixa do dinheiro da venda da Unitel seria o alívio ideal, num momento mais que oportuno.

A aprovação do PLC 79 foge ao controle da Oi, mas é vista como a saída definitiva. Isso porque a concessionária, tendo diante de si um cenário de migração para o regime de autorizatária, torna-se um ativo muito mais valioso e de possível valuation. Para os analistas, a lei abre as portas para a consolidação e alternativas, como a venda da parte móvel. Neste caso, já há quem estime que a telefonia celular da Oi possa ser arrematada por valores entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.

Oscilação deve continuar

Mesmo dentro da Oi, acredita-se que a oscilação das ações deve continuar até que um fato novo seja apresentado. Há a percepção de que a carta do acionista GoldenTree pedindo a saída de Eurico Teles, atual CEO, foi uma tentativa de pressionar a diretoria, que estuda diferentes formas de obter caixa.

Uma das possibilidades, um novo aumento de capital, teria gerado a reação por conta tanto do investimento necessário para participar dele, quanto pela possível diluição de quem não participar. Não custa lembrar, porém, que a realização do aumento de capital pode ser proposto pela diretoria, mas depende de aprovação do conselho de administração da companhia. A aposta principal continua sendo a venda da Unitel, que vai acontecer dentro do tempo necessário, segundo uma fonte a par do assunto.

Procurada, a Oi não havia se posicionado sobre o tema até o fechamento desta reportagem.

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