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Oi já destina menos de 10% do Capex às redes legadas

Ao mesmo tempo, companhia ampliou aportes na expansão da fibra, o que consumiu R$ 1,32 bilhão no trimestre

Ao divulgar o balanço financeiro do primeiro trimestre, os executivos da Oi destacaram a mudança do perfil dos investimentos feitos pela empresa no começo deste ano, relação a 2020. O Capex da companhia foi de R$ 1,85 bilhão, alta de 4% em 12 meses.

Mas o número inteiro esconde detalhes importantes, como o foco cada vez maior em fibra óptica: do montante, 71% foi dirigido à construção de redes ópticas, tanto de acesso, quanto de atacado. Um ano antes, o Capex em fibra equivalia a 60% do total.

Já a Oi Móvel, que integra a lista de ativos vendidos pelo grupo ao longo da recuperação judicial, correspondia a 15% dos investimentos no começo de 2021. E agora representou 10%.

Mas a grande diferença está nas redes legadas. Enquanto no primeiro trimestre de 2020 as redes de cobre receberam aportes equivalentes a 15% do Capex, neste ano o valor caiu para 9%, uma redução de mais de R$ 100 milhões. Já os investimentos no B2B e no DTH permaneceram estáveis em 9% e 1% do Capex, respectivamente.

Segundo Rodrigo Abreu, CEO da Oi, a redução das aplicações no cobre já eram esperadas. Em primeiro lugar, porque o serviço já não é mais rentável e, em segundo, porque tem-se incentivado a migração dos clientes para a fibra. O cobre ainda resiste, mas apenas onde a fibra não chegou.

O executivo falou a analistas de mercado na manhã de hoje, 13, que o Capex seguirá com esse perfil. Ressaltou que o investimento continuará alto, e que o grupo está preparado, com caixa de R$ 3 bilhões. Acaba de receber R$ 325 milhões da venda de data centers, outro R$ 1 bilhão da venda de torres móveis. Até o começo de 2022 deve receber R$ 16,5 bilhões da venda da Oi Móvel, e outros R$ 6,5 bilhões (além do pagamento de R$ 4,5 bilhões em dívidas) pela venda do controle da Infraco.

Além desse dinheiro, a Oi poderá emitir R$ 2,5 bilhões em debêntures conversíveis em participação na Infraco, recorrer a um empréstimo ponte de R$ 2,5 bilhões ou mesmo a uma linha de financiamento de R$ 2 bilhões, conforme o plano de recuperação judicial.

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