PORTAL DE TELECOM, INTERNET E TIC

Negócios

Oi espera vender as cinco unidades até 2021

Presidente da operadora, Rodrigo Abreu, afirma na assembleia virtual dos credores que planeja alienar até dezembro de 2021 as cinco unidades à venda. Durante a AGC apresentou pequenos ajustes à proposta, como por exemplo, o preço mínimo da infraestrutura de rede, que poderá ser de R$ 6,5 bilhões ou R$ 5 bilhões para 25,5% das ações.
Rodrigo Abreu, CEO da Oi, na transmissão da assembleia geral de credores / imagem da internet

A proposta de aditamento ao PRJ (Plano de Recuperação Judicial) da Oi prevê a venda  das cinco unidades, incluindo a Oi Móvel, até o final de 2021, devendo ser concluído em maio de 2022, conforme texto a ser a ser votado hoje, 8, na assembleia virtual dos credores. A companhia colocou à venda as unidades de torres, data centers, operações móveis, empresa de infraestrutura e a operação de TV via satélite.

Os dados foram apresentados no evento pelo presidente da Oi, Rodrigo Abreu, para defender a proposta a ser apreciada por cerca 5.000 credores que se credenciaram para votar. “A aprovação do aditamento por esta nova AGC (Assembleia Geral dos Creditores) permitirá a Oi fortalecer a sua operação e dar mais segurança a todos os seus credores” , declarou, ressaltando em sua apresentação que o “cronograma dependente de aprovações judiciais, regulatórias e concorrenciais”.

Segundo o CEO da operadora, o aditamento apresenta vantagens porque “traz opções futuras e da antecipação do pagamento de dívidas, reduzindo o risco de credores e em troca beneficiando a companhia com melhores condições de pagamento a curto prazo e da criação de novas alternativas para diversas classes de credores”.

Até dezembro, Abreu projeta iniciar o processo de venda da Oi Móvel, que já conta com a proposta de R$ 16,5 bilhões apresentada pelo trio de concorrentes formado por Claro, Tim e Vivo. A venda das operações móveis está prevista para o quatro trimestre de 2021. Nessa proposta, o preço mínimo ofertado pelas três bells é de R$ 15,744 bilhões, o que inclui R$ 756 milhões de contratos futuros. Com a oferta comunicada ontem, foi feito um acréscimo de R$ 819 milhões, representado em contrato de compra de capacidade na forma de “take or pay”, o que alcança o valor de R$ 16,5 bilhões.

Com essa oferta, a Oi assegurou preferência ao grupo de rivais para levar a Oi Móvel à condição de “stalking horse”, cavalo perseguidor em inglês, ou seja, o último a dar a palavra na disputa a ser aberta em edital a ser lançado. A venda da unidade móvel inclui a rede ativa, clientes e espectro e exclui elementos da rede ativa ou passiva de transmissão.

No primeiro trimestre de 2021, será aberto processo de venda da InfraCo, a empresa de infraestrutura de telecomunicações, devendo ser concluído no terceiro trimestre também do próximo ano. Para a InfraCo, a proposta de preço mínimo é de R$ 6,5 bilhões (parcelado em 3 vezes com oferta secundária ou R$ 5 bilhões em oferta primária), para 25,5% das ações, com estimativa de valor de valor econômico da empresa de R$ 20 bilhões.

Além do dinheiro novo, o comprador  da empresa de infraestrutura neutra deve se comprometer a arcar com a  dívida de R$ 2,4 bilhões. Essa venda inclui a rede FTTH , equipamentos e operação, contratos do atacado, de longo prazo (IRUs) para backbone e backhaul e dutos da Oi SA e Telemar. Serão alienados 25,5% a 51% do capital, garantindo concorrência pelo controle da InfraCo.

Torres, data centers e TV paga

De outubro a dezembro deste ano, o dirigente da operadora disse que pretende iniciar e concluir a venda das unidades de torres e de data centers, respectivamente, pelos valores de R$ 1,067 bilhão e R$ 325 milhões.

No primeiro caso, serão oferecidas 637 torres da móvel e 222 sites indoors (infraestrutura passiva em shoppings, hotéis e outros). Já os cinco data centers do grupo receberam uma oferta de R$ 325 milhões, sendo R$ 250 milhões à vista e R$ 75 mi a prazo.

TV e satélite

Já a venda da TVCO, responsável pela operação de TV, está prevista para ser inciada no primeiro trimestre de 2021 e concluída no terceiro trimestre seguinte, paralelamente à alienação da InfraCo. Incluirá infra e equipamentos DTH, clientes e obrigações adjacentes aos serviços de DTH e IPTV (SeAC).

Deve ser vendida pelo preço mínimo de R$ 20 milhões. O comprador deve assumir o pagamento por utilização de capacidade satelital até 2027, desonerando a Oi deste custo anual.

Há ainda uma divisão de receitas de 50% sobre as receitas de conteúdos prestadas para os clientes IPTV. “Cumpre lembrar que a companhia mantém toda a infraestrutura de transmissão de IPTV e a operação que gere os aplicativos de streaming de conteúdo com a marca Oi Play”, explicou o CEO da Oi.

 

TEMAS RELACIONADOS

ARTIGOS SUGERIDOS