Oi emite R$ 2,5 bilhões em debêntures da Infraco

Dinheiro será investido na expansão da rede de fibra óptica da companhia. Títulos são conversíveis em ações, caso não haja pagamento antecipado pela companhia - embora expectativa seja pagá-los com os valores da venda do controle da Infraco.

A Oi anunciou na noite de ontem, 18, a emissão de debêntures conversíveis com garantia real pela Brasil Telecom Comunicação Multimídia S.A. (BTCM). A BTMC é uma subsidiária integral da operadora, constituída como a unidade de infraestrutura de fibra do grupo (InfraCo). O valor total a ser captado é R$ 2,5 bilhões.

A transação vai reforçar o caixa da unidade e financiar a expansão da rede óptica FTTH (fibra até a residência, na sigla em inglês) da InfraCo. Os recursos do financiamento também apoiarão a separação estrutural da Oi e da InfraCo, conforme aprovado no aditamento ao plano de recuperação judicial da Empresa. A Oi atualmente negocia com o banco BTG Pactual e Globenet a venda do controle da Infraco.

A Oi já tem compradores para parte das debêntures. O fundo Brookfield Asset Management lidera a subscrição, com participação do fundo global de investimentos Farallon Capital Management e da Prisma Capital. A Brookfield tem aproximadamente US$ 600 bilhões em ativos sob sua gestão em mais de 30 países, incluindo investimentos de longo prazo em infraestrutura, imobiliário, energia renovável, private equity e crédito.

“Para a Oi, a participação de duas companhias de investimento líderes globais no financiamento da InfraCo demonstra que o mercado reconheceu o enorme potencial do modelo de rede neutra que desenhamos a partir da nossa proposta de separação estrutural. A emissão das debêntures garante significativo capital para os investimentos previstos este ano na InfraCo, dando suporte ao processo contínuo de expansão da fibra traçado em nosso plano estratégico de transformação”, destaca Rodrigo Abreu, CEO da Oi.

“A Oi está no centro da adoção e da demanda crescente no Brasil por maior intensidade de fibra e esperamos aproveitar a nossa longa história de investimentos em infraestrutura e relacionamentos no Brasil para apoiar esse crescimento”, afirma Angelo Rufino, Managing Partner da Brookfield Asset Management.

Para Daniel Goldberg, Managing Partner da Farallon Latin America, o modelo de rede neutra vai transformar o setor de telecomunicações.  “Estamos financiando a primeira companhia que tornará disponível, em escala, sua infraestrutura para os diferentes players do setor. Acreditamos que esse modelo de negócios é extremamente vantajoso para os stakeholders da Oi e também para o país”.

A debêntures vencem em 24 meses e serão conversíveis em ações preferenciais da Infraco. A data limite para subscrição de outros interessados é 15 de abril. Mas a expectativa da Oi é de que o dinheiro levantado com esta emissão seja quitado a partir da venda da Infraco.

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Rafael Bucco

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