Oi coloca a ClientCo, sua base de clientes de fibra, à venda

Em fato relevante, operadora destacou que medida está em linha com o plano de recuperação judicial; a UPI ClientCo, braço responsável pelo serviço de banda larga fixa, tem 4,3 milhões de assinantes em todo o país.

(crédito: Oi/Divulgação)

Após o fechamento do mercado nesta quarta-feira, 25, a Oi informou, por meio de fato relevante, que contratou o Citigroup e o BTG Pactual como assessores financeiros para avaliar a “possibilidade de monetizar a sua base de clientes”, braço operacional também chamado de UPI ClientCo.

No caso, o Citigroup Global Markets Brasil deve atuar como assessor financeiro líder, enquanto o BTG como co-advisor. A contratação das instituições financeiras foi aprovada pelo conselho de administração da operadora, em decisão tomada também nesta quarta.

No comunicado, a Oi ressaltou que a medida está “em linha com o objetivo da Companhia de desenvolver opções para seu Plano de Recuperação Judicial”.

Vale lembrar que a UPI ClientCo é composta pela operação de prestação de serviços de banda larga via fibra óptica para os segmentos de varejo e empresarial.

A venda estava prevista nos planos de turnaround da companhia, que atravessa um segundo processo de recuperação judicial. A tele trabalha, no momento, na busca de apoio entre credores para o plano de recuperação apresentado, que deverá ser votado em assembleia geral de credores ainda sem data definida. Em seguida, o planejamento precisará ser homologado pelo juízo da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

Em maio, a Oi apresentou uma proposta de recuperação que prevê aumento de capital da companhia, com diluição da participação dos atuais acionistas. Neste caso, os credores ficariam com até 80% do capital social da operadora. A ClientCo, a Oi Soluções e participação que ainda detém na V.tal, entre outras divisões, seriam usadas como garantias da operação. Pelo plano, recursos obtidos com a venda serão destinados ao pagamento prioritário de credores que fizeram o empréstimo DIP recente e, depois, 60% disso, à recompra de outros títulos de dívida em circulação.

No mercado há rumores que o valor pedido pelo ativo seria de US$ 1 bilhão. Fonte da empresa disse ao Tele.Síntese, no entanto, que o valor é muito maior.

A Oi, é bom lembrar, tem 4,34 milhões de clientes em fibra óptica, conforme dados de agosto da Anatel. O valor atribuído pelos rumores de US$ 1 bilhão equivaleria, portanto, a cerca de R$ 1.151 por cliente. As fusões e aquisições de ISPs brasileiros têm praticado valores duas vezes e meia superior. (Colaborou Rafael Bucco)

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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