O valor da internet: US$ 3,46 trilhões

GSMA lança estudo no qual afirma que concentração no mercado digital tende a aumentar e que será preciso a Estados pensarem em formas de regular a competição na cadeia de valor da internet. Pelo relatório, serviços de acesso, das operadoras, representam 17% do mercado da internet, enquanto as OTTs abocanham 47%.

shutterstock_Peshkova_Consumidor_Economia_Concorrencia_Competicao_DisputaA GSMA, associação mundia das operadoras de telefonia móvel, divulgou estudo nesta terça-feira, 17, no qual comprova que as operadoras estão sofrendo para garantir seu espaço na economia digital. O relatório, batizado de “Cadeia de Valor da Internet” mostra que os serviços de conectividade à internet representam apenas 17% de toda a cadeia de valor existente para fazer o mundo online funcionar. E a situação tende a piorar. O estudo indica que o valor gerado pelo acesso vai se reduzir ao equivalente a 14% das receitas do mercado da internet até 2020.

O segmento que mais avança é das empresas de serviços online (OTTs), que abocanham nada menos que 47% dessa receita mundial. O valor total da internet no mundo, em 2015, foi de € 3,46 trilhões. O número leva em consideração a receita gerada com produtos digitais de licenciamento de conteúdo; serviços entregues via internet; tecnologias habilitadoras, que dependem da rede para funcionar, como sistemas de pagamentos para lojas virtuais; conectividade; e interface de usuários, que reúne aparelhos de computação, smartphones, software para navegação, sistemas operacionais etc.

O segmento com maior valor da cadeia é o de serviços, que reúne as OTTs, cujos 47% equivalem a US$ 1,63 trilhão em 2015. Em seguida vem o de interfaces de usuários, que movimentou US$ 813 bilhões mundo afora, ou 23%. A conectividade, onde entrar as operadoras, tanto fixas quanto móveis, extraiu US$ 577 bilhões da economia digital, 17%. A tecnologias habilitadoras movimentaram US$ 373 bilhões, 11%. Por fim, a parcela que menos gerou receita, US$ 64 bilhões, ou 2%, foi a de conteúdo licenciado. Neste caso, o estudo ressalta que o valor de certos conteúdos aparecem nos outros componentes, e que estes 2% se referem apenas a contratos que explicitamente limitam o licenciamento de um conteúdo produzido fora da internet para ser distribuído no mundo digital.

O relatório foi feito pela empresa de pesquisas AT Kearney, a pedido da GSMA. E embora trace um panorama desafiador para as operadoras, mostra que elas multiplicaram a receita com o acesso digital. Em 2008, seu mercado de acesso valia praticamente a metade.

O estudo também joga luz sobre a teoria de que a internet é um espaço dinâmico e de acelerada inovação, com diferentes empresas se sucedendo no topo dos serviços mais usados. Os dados mostram que 11 dos 15 sites mais usados dos Estados Unidos em 2015 também estavam na lista em 2009. Com base nisso, a GSMA sugere que seja necessário aos governos começarem a reformular políticas de competição para o setor digital, a fim de evitar que determinados segmentos concentrem o crescimento da cadeia de valor.

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Da Redação

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