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“Preço do roaming determinado pela Anatel é suficiente”, diz CEO da Brisanet

José Roberto Nogueira, da Brisanet, elogia preços de referência do roaming estabelecidos pela Anatel. Cobra, também, uso dos recursos do Fust para financiar, a baixas taxas, expansão do 5G das pequenas operadoras.
Roberto Nogueira, CEO da Brisanet (Divulgação)brisanet

O fundador da operadora nordestina Brisanet, José Roberto Nogueira, elogiou hoje, 4, em evento a imposição de regras para as operadoras Claro, TIM e Vivo oferecerem roaming a novas empresas do mercado móvel. Segundo ele, o preço de referência estabelecido pela Anatel há duas semanas permitirá o desenvolvimento de um quarto operador móvel no Brasil.

“O preço de referência do roaming determinado pela Anatel é suficiente. Para quem está começando, possibilita iniciar a operação, e para as grandes companhias, não impacta porque esse roaming vai ser insignificante para elas. E foi um remédio para aval da venda da Oi”, lembrou, durante o evento Teletimetec 5G&Wireless, que aconteceu em São Paulo.

Havia muita preocupação por parte da Brisanet, e também das operadoras Unifique e Ligga, quanto ao roaming. Essas empresas entrarão no 5G sem rede legada. Com isso, precisam garantir que os clientes consigam transitar entre cidades sem perder o sinal. O roaming é a solução.

“Nossa preocupação era que, quando o cliente saísse para cidade vizinha, ficaria sem serviço. Agora, vamos usar o roaming para atender de 10 a 15% dos clientes em cidades vizinhas. Mas o foco é total nas cidades onde teremos nossa rede, nossa infraestrutura”, destacou o executivo.

5G e 4G

Nogueira lembrou que a Brisanet está iniciando pilotos de uso do 5G e do 4G LTE em 2,3 GHz em cidades do Nordeste. Ele diz que a estratégia da empresa é dividir o espectro, atendendo parte dos clientes com o 4G, e parte com o 5G.

“Cerca de metade dos nossos potenciais cliente no Nordeste têm celulares compatíveis com o 4G, então não podemos não ter rede na tecnologia. Para viabilizar a operação, temos que abordar esses 50% de celulares que conversam com rede 4G”, observou.

Ele ressaltou que o plano é oferecer 5G para clientes de todas as classes, inclusive D e E. “Estes clientes vão usar a banda larga móvel do 5G no celular, há demanda”, defende.

O FWA, afirma, ainda é uma tecnologia não sustentável. A fibra é mais barata, e o FWA não se paga caso haja demanda de “apenas três ou quatro terminais por bairro”, calcula.

Por fim, Nogueira defendeu o uso do Fust para estimular a implantação do 5G, com uso dos recursos em financiamentos a taxas baixas. “Não acredito em fundo perdido, mas o uso de taxas subsidiadas seria útil para incentivar a formação da quarta operadora móvel”, afirmou.

Ele explicou, ainda, que a Brisanet não pretende adotar a estratégia de fusões e aquisições, e se manterá no rumo da construção de infraestrutura própria. “Quando falo em quarta operadora, me refiro às entrantes no último leilão em conjunto, mas não como um mesmo grupo”, ressaltou.

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