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Encontro TeleSíntese

Novas órbitas, tecnologias e modelos de negócio no segmento de satélite

O segmento de satélite também se diversifica, para participar com várias soluções para a Internet das Coisas
Na imagem, uma projeção da Telesat de sua constelação. A intenção é prover conectividade em todo o globo.

O satélite tem um papel importante  na oferta de conectividade para as redes IoT, como completar as redes terrestres seja na oferta de backhaul ou mesmo na conexão do objeto ao satélite em regiões mais remotas. Essa é a avaliação dos representantes de alguns dos principais satélites que atuam no país como Telesat, Eutelsat  ou desenvolvedor de soluções, a InternetSat. As projeções indicam que até 2025, as redes LPWAN (frequência não licenciada) vão usar de 30 mil a 50 mil estações via satélite para construir o backhaul e na ligação direta dos objetos (coisas) ao satélite vão existir 670 mil estações.

Essas dados, dizem os representantes da indústria de satélite, mostram que estarão presentes na oferta de soluções para o ecossistema IoT. Aliás, já têm soluções em seus portfólios. A Eutelsat, por exemplo, tem a Smart LNB, uma estação remota para baixo tráfego com uma pequena antena (no Brasil já está usando uma antena de 60 cm, como as de DTH), que pode ser alimentada  por energia solar onde não há fonte de alimentação. A operadora tem acordos com as redes LPWAN Sigfox e Lora, que ocupam frequência não licenciada e têm foco em IoT, e usam sua solução para fazer o backhaul dessas redes. No caso da Sigfox, o acordo é na Europa. Entre as aplicações citadas Eloi Stivalletti, diretor de Marketing e Venda da Eutelsat, elencou o  monitoramento de plantações e de clima, a prevenção de catástrofes, o controle de incêndios, etc.

Já a Telesat, uma das quatro grandes do segmento de satélites geoestacionários, resolveu apostar forte na nova proposta dos satélites de órbita baixa, (conhecidos como LEO). “Se o investimento inicial é alto, o custo por bit é o menor possível”, afirmou Mauro Wajnberg, diretor geral da Telesat Brasil. Isso porque, explicou, se as tecnologias dos satélites geoestacionários são capazes de transmitir  até 2,3 GB na opção Wide Beam ou até 100 Gbps na opção HTS.  Com o LEO, a transmissão de dados pula para a casa dos terabits.

A Telesat , até o ano de 2022, pretende estar com a sua constelação de satélites LEO plenamente comercial. “Estamos construindo um sistema de fibra no céu ainda mais rápido do que o da terra, já que a luz anda mais rapidamente no espaço”, afirmou.

O presidente da Abrasat, Fabio Alencar, por sua vez, destacou, durante o Encontro Tele.Síntese, que novos modelos de negócios estão estimulando o surgimento de variados atores nesse segmento, como a Boeing,  a Space X e ainda empresas muito novas, como Fleet, SAS ou Helios Wire. “Algumas dessas empresas vão lançar satélites específicos para a IoT, conhecidos como CubSat” afirmou Alencar.

Desenhando solução

Ainda dando os primeiros passos no mercado de IoT, a InternetSat, que oferece soluções para clientes corporativos usando capacidade satelital do Al Yah 3, banda ka, da Yashat, e do Amazonas 3, não vende link. Seu CEO, George Bem, gosta de dizer que vende solução. Primeiro entende o que o cliente precisa, para depois desenhar a solução.

O único produto de prateleira que tem é uma solução para transmissão de vídeo para retransmissoras, produtoras e promotores de leilões. Recentemente criou  um serviço de acesso customizado para IoT, diante das possibilidades de ofertas de serviço a regiões remotas em mercados como agronegócio, energia, varejo, óleo e gás, entre outros. A empresa já desenvolveu três projetos customizados para o campo: um para uma fazenda de cana de açúcar, outro para uma fazenda de soja e um terceiro para uma de gado, para transmitir dados de vacinação coletados por meio de um aplicativo.

 

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