Nova proposta da Enel desagrada ISPs cearenses

Com a proposta atual, mesmo melhor em relação à anterior, o valor praticamente dobra em relação ao que é pago atualmente pelos provedores
Crédito: Pixabay
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A Enel apresentou nova proposta para os ISPs do Ceará para cobrança de instalação de equipamentos nos postes da concessionária. Desta vez, a elétrica propôs a possibilidade do fator de multiplicação fixo, de duas vezes o valor por ponto na cobrança de equipamentos para todos os contratos, independentemente da quantidade de caixas. Novamente a proposta foi rechaçada pela comissão técnica, formada por representantes da Abrint, Abramulti e Uniproce.

O problema é que, com a proposta atual, mesmo que seja melhor em relação à anterior, o valor praticamente dobra do que é pago hoje com compartilhamento dos postes. A maioria dos provedores que atende no varejo tem cerca de 80% dos postes locados ocupados com CTOs (Caixas de Terminação Óptica)

Na proposta anterior, a distribuidora queria que o multiplicador da taxa fosse proporcional ao número de equipamentos instalados por poste, reduzindo o valor para os provedores que possuem mais caixas. Para os provedores, essa proposta sé beneficiaria às grandes empresas, que alugam uma quantidade maior de postes.

“O multiplicador, mesmo que limitado de 1 a 4, ainda traria um forte aumento de custos”, disse Elgton Lucena, CEO da Link Cariri. Segundo ele, as entidades e profissionais do setor aprofundarão os estudos para elaborar uma nova resposta e encaminhar para a concessionária.

Custos altos

Em fevereiro deste ano, a Enel Ceará comunicou aos provedores de internet do Estado que a partir de março passaria a cobrar uma taxa mensal relativa aos equipamentos instalados nos postes de energia. O valor previsto era seis vezes maior do que o cobrado por ponto de fixação em poste.

De acordo com levantamento das entidades, o valor médio a ser pago para a maioria dos provedores locais por Caixa de Terminação Óptica (CTO), ou seja, as “caixas” acopladas nos postes que permitem o fornecimento e gerenciamento da rede, será de cerca de R$ 69,24 por mês.

Simulando a cobrança sobre a situação real de uma empresa do estado que possui 8,5 mil clientes e 2,6 mil CTOs, o custo operacional com o pagamento da taxa deve subir R$ 180 mil. Ainda de acordo com o levantamento, com um ticket médio de R$ 75 por cliente, o valor a mais cobrado pela  Enel representaria 28,23% da receita bruta da empresa.

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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