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Consulta Pública

Nokia prevê esgotamento do espectro 4G nas grandes cidades até 2023

Fabricante sugeriu, na consulta pública sobre 5G feita pelo MCTIC, a dispensa de licenciamento de antenas de baixa potência, prevendo a demanda por 180 mil ERBs até 2025.

A fabricante de equipamentos de telecomunicações Nokia prevê o esgotamento da capacidade do espectro dedicado à 4G no Brasil em 2023. Segundo escreve a empresa na contribuição enviada à consulta pública do MCTIC sobre políticas para a 5G, o esgotamento se dará nos grandes centros urbanos.

Por conta deste esgotamento, a empresa defende a distribuição de novas faixas o quanto antes para a ativação da quinta geração de redes móveis. “É fundamental a destinação de 100 MHz para cada operadora nas faixas de 3,5 GHz”, traz a contribuição da fabricante.

Nesta semana, o diretor de soluções da Nokia na América Latina, Wilson Cardoso, defendeu à Reuters a realização do leilão de espectro 5G pela Anatel no começo de 2020, mantendo-se a faixa. Segundo ele, caso sejam vendidas também as frequências de 700 MHz, 2,3 GHz e 26 GHz no mesmo certame, será o maior leilão já realizado no mundo para atender às necessidades da quinta geração.

O uso da faixa de 3,5 GHz, porém, vem gerando controvérsia entre operadoras, fabricantes e radiodifusores por causar interferência na Banda C satelital.

28 GHz e SLP

Na contribuição enviada ao MCTIC, a Nokia frisa que espectro abaixo de 1 GHz será usado para aplicações de baixa latência e áreas de grande extensão. Já a banda de 2,3 GHz deverá ser usada para aplicações B2B no serviço limitado privado, mas não para serviços de altíssima confiabilidade e baixa latência (URLLC, na sigla em inglês).

A fabricante cobrou ainda estudos para destinação da faixa de 28 GHz ao SLP, “respeitando a destinação primária da banda para os serviços de satélite”. E sugere a venda também das bandas n28 (também conhecida como 700 MHz APT) e n71 (600 MHz), ambas abaixo de 1 GHz, “aproveitando oportunidades de alinhamento” com Europa, Canadá, Estados Unidos e México.

A fabricante, que aposta cada vez mais na venda de soluções de rede privada para empresas, defendeu garantias para o SLP. “Propomos que as redes possibilitem a prestação de serviços de missão crítica, de acordo com os padrões do 3GPP, e uso combinado com SMC/SMP quando requerido, necessitando da evolução do marco regulatório hoje existente”, sugere.

A Nokia também sugere a desregulamentação do segmento para facilitar a instalação de novas antenas. Estima que, até 2025, as operadoras brasileiras terão de instalar 180 mil estações radiobase 5G. Com base nesse volume, pede que haja isenção ou simplificação no licenciamento para ERBs. Diz que para antenas de não mais que 1 W de potência não deveria haver exigência de testes no país por parte dos fabricantes.

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