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5G: Teste conclui que é viável usar a faixa de 3,7 GHz em redes privativas industriais

Testes feitos em fábrica da Weg mostram que requisitos técnicos definidos pela Anatel para a liberação da faixa de 3,7 GHz para uso na indústria são adequados e não há interferências com serviços das operadoras em 3,5 GHz.
Crédito: Freepik
Comparação entre o 5G e o Wi-Fi demonstrou capacidade da rede 5G em absorver um maior número de dispositivos, com uma cobertura ampla (Imagem: Freepik)

Saíram os resultados preliminares do projeto Open Lab 5G WEG-V2COM. Os testes avaliaram a eficiência das redes 5G em ambiente industrial na frequência de 3,7 a 3,8 GHz e a convivência com o sinal 5G de 3,5 GHz dos serviços públicos das operadoras.

O objetivo era compreender se há convivência entre a rede privativa na faixa de 3,7 GHz e a rede pública de 3,5 GHz. Isso porque a Anatel autorizou o uso da faixa de 3,7 GHz para aplicações privativas, uma vez que é preciso haver banda de guarda entre as aplicações das redes públicas das operadoras, que vão até 3,6 GHz, e os serviços satelitais em banda C (3,8 GHz até 4,2 GHz).

Foram utilizados dois cenários – um com um modelo híbrido, que utilizou capacidade segregada de rede coletiva de prestadora, em 3.500 a 3.600 MHz; e outro com uma rede privativa totalmente autônoma em 3.700 a 3.800 MHz, ambas com largura de canal de 100 MHz. Neles, a capacidade teórica é de taxas de 1.000 Mbps para downlink e 200 Mbps no uplink.

Para a qualidade de sinal, os dois cenários, segundo a Anatel,  apresentaram resultados que validaram estratégias de projeto para utilização da tecnologia 5G na cobertura de um ambiente industrial.

Os resultados preliminares informam que o tráfego de dados e a latência para o 5G foram, respectivamente, 776 Mbps e latência de 23,48ms, contra 58,40 Mbps e 114,42ms para a rede WiFi. De acordo com a agência reguladora, a perda de pacotes com 80% de carga foi de 1,9% para o downlink e de 0,02% para o uplink, comprovando uma confiabilidade de 98,1% e 99,98%, respectivamente.

Os testes foram viabilizados pela assinatura de acordo de cooperação entre Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial). A pesquisa foi realizada em Jaraguá do Sul (SC), no Open Lab 5G do Grupo WEG/V2COM.

Os resultados preliminares foram incluídos como contribuição da WEG, fabricante de equipamentos eletrônicos, e da V2COM, empresa especializada em IoT, à Consulta Pública Anatel nº 30/2021 que trata de requisitos técnicos e operacionais para uso da subfaixa de frequências de 3.700 MHz a 3.800 MHz por estações de serviços terrestres de baixa potência. Participaram do piloto também a operadora Claro, a fornecedoras de equipamentos de rede Nokia, e a desenvolvedora de componentes Qualcomm.

Conclui o relatório que “no que tange aos aspectos de funcionamento de uma rede Indoor 5G, os termos da Consulta Pública permitem o funcionamento adequado das aplicações de Indústria 4.0 e o uso desta rede como alternativa ao Wi-Fi industrial, largamente utilizado nos dias de hoje”.

Leia aqui o relatório completo.

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