Nazareth: Telecomunicações, a grande parceira a serviço da conexão de pessoas

O Mundo será diferente depois deste episódio e as Telecomunicações contribuirão e muito para esta mudança

*Por Carlos Nazareth Motta Marins

Nas últimas semanas tivemos as nossas vidas completamente afetadas pela pandemia do COVID-19. De forma repentina as pessoas tiveram que praticar o isolamento social como forma de minimizar o contágio e a proliferação do vírus.

Esta necessidade de isolamento alterou a dinâmica de vida de todos de maneira direta ou indireta, nos colocando em um quadro grave de indefinições quanto à saúde da humanidade e quanto aos desdobramentos econômicos.

Os efeitos deste isolamento social só não foram maiores em função da possibilidade das pessoas se conectarem ao mundo exterior através dos sistemas de telecomunicações.

Esses sistemas sempre permitiram a humanidade se comunicar de forma eficiente, desde seus primórdios no século dezenove. Ao longo de todo este período, tivemos o desenvolvimento do telégrafo, do telefone, do rádio, da televisão, dos satélites, das fibras ópticas, das comunicações móveis celulares e da internet.

Todas estas modalidades de telecomunicações conviveram por muito tempo de forma praticamente separadas. No entanto, as técnicas de digitalização aplicadas a cada um dos tipos de informação e comunicação permitiram que as diferentes mídias pudessem se integrar e, com isso, serem geradas, transmitidas e reproduzidas em ambientes únicos consolidando o que hoje chamamos de Convergência Digital.

Esta integração de mídias e serviços é que está permitindo que milhares de pessoas e segmentos da economia se mantenham em atividade de suas casas. Realizando suas tarefas de trabalho, estudando e cumprindo com os compromissos escolares, realizando compras de produtos e serviços, desfrutando de entretenimento das mais variadas formas de arte e cultura, como as transmissões ao vivo de espetáculos, acesso aos acervos de bibliotecas e museus e as diversas outras possibilidades de imersão em um mundo virtual.

Na dimensão do trabalho, os computadores portáteis e os smartphones passaram a funcionar como ferramentas ficientes para que uma gama de profissionais realize suas funções de casa. As necessidades de reuniões estão sendo supridas de forma eficiente pelas diversas plataformas de vídeo conferência, que permitem não só a transmissão de áudio e vídeo como também o compartilhamento de documentos que podem ser discutidos pelos membros de uma dada reunião. Além disso, estas plataformas abrangem muitas funcionalidades, oferecendo aos seus usuários recursos de telefonia, soluções baseadas em inteligência artificial para melhoria da colaboração em grupo, gravação e arquivamento de reuniões, criação de políticas de uso que se estendem a organização de reuniões e até a realização de eventos ao vivo.

Os cuidados com segurança cibernética garantem que até os trabalhos que requerem confidencialidade sejam realizados de forma remota e segura.  Para as escolas e universidades, os repositórios de conteúdo em nuvem e o uso das plataformas de vídeo conferência têm permitido aos alunos e professores desempenharem as suas funções e manterem o desenvolvimento de suas atividades.

As aulas podem ser transmitidas ao vivo e gravadas para que os alunos possam ter, em seus momentos de estudos individuais e em grupo, a possibilidade de rever as explicações e, com isso, avançar no processo de aprendizagem. Os professores e alunos podem dialogar sobre dúvidas de suas casas e contar com a orientação necessária para o desenvolvimento das tarefas.

Na esfera da saúde, as telecomunicações estão tendo um papel fundamental em diferentes aspectos da prática médica, beneficiando não somente os profissionais de saúde como também os pacientes. Além da possibilidade de equipes médicas se reunirem a distância e discutirem procedimentos e tratamentos ao combate da pandemia, muitos pacientes podem de suas casas serem atendidos por um médico em casos mais simples de enfermidades sem correrem o risco de contaminação por comparecimento em ambientes de risco.

Somado a isso, através das redes de telecomunicações, os supercomputadores de grandes corporações, podem ser colocados à disposição dos centros de pesquisa para executar cálculos referentes às complexas simulações que permitem entender como o vírus se comporta no organismo. A compreensão das formas como o coronavírus interage com as células permite aos cientistas criarem estratégias de combate, formulando medicamentos e vacinas.

O mais interessante é que a universalização das telecomunicações possibilita também que um computador de uso doméstico possa ser colocado à disposição destas pesquisas oferecendo, da mesma forma que os supercomputadores, parte de seu processamento para realização de cálculos. Para isso, basta instalar o aplicativo oficial das universidades e centros de pesquisa envolvidos com o trabalho.

As autoridades sanitárias estão fazendo uso, ao redor do mundo, do recurso de monitoração de aglomerações de pessoas através dos sistemas de posicionamento global (GPS) existentes nos smartphones para emitir alertas de risco, agindo de maneira rápida e direta na contenção do contágio.

Muitos outros exemplos podem ser dados a respeito do uso das telecomunicações neste novo dia a dia, mas o mais importante é que tenhamos a visão de que as telecomunicações estão permitindo ao mundo funcionar e se relacionar.

Talvez uma das maiores contribuições das Telecomunicações neste momento de apreensão seja aproximar pessoas. Nada pode trazer mais equilíbrio emocional do que ver, ouvir e conversar com aqueles que fazem parte de nossas vidas.

O investimento em tecnologias e sistemas cada vez mais sofisticados, que incluam fibras ópticas, comunicação via satélite, comunicação móvel 5G, é que permitirão oferecer aos seres humanos cada vez mais possibilidades de se desenvolverem e serem beneficiados diretamente pela infinidade de tecnologias que surgem a cada dia.

O Mundo será diferente depois deste episódio e as Telecomunicações contribuirão e muito para esta mudança!

*Carlos Nazareth Motta Marins Diretor do Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel.

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