Na cerimônia de inauguração das instalações industriais da BrPhotonics, em Campinas, o ministro das Comunicações Ricardo Berzoini, disse que o país precisa investir em política industrial com foco na inovação. “Os países que se inserirem no estado da arte da política de ciência, tecnologia e inovação em comunicações terão um futuro mais grandioso”, destacou, lembrando que temos que produzir outras empresas como a BrPhotonics que nascem para serem globais e exportar inteligência. “Temos que produzir commodities, mas temos também que exportar inteligência e produtos de valor agregado”, afirmou o ministro.
Resultado de uma parceria entre o CPqD e a norte-americana GigOptix, a BrPhotonics foi criada no ano passado para produzir lasers, modulares e receptores ópticos. Ela trouxe de volta ao CPqD a atividade na área de microeletrônica, que a instituição abandonou após a privalização do Sistema Telebrás. Em suas instalações, foram montadas áreas limpas classes 100 e 10.000. A primeira recebeu os equipamentos para a fabricação dos chips, que a GigOptix transferiu de sua planta nos Estados Unidos para Campinas. Já a área limpa classe 10.000 abriga a infraestrutura de empacotamento dos chips.
Mercado
Segundo Julio Cesar Rodrigues de Oliveira, presidente da BrPhotonics, a empresa vai disputar o mercado de chips fotônicos destinados à utilização em sistemas ópticos avançados de 100 Gbps 1 Tbps, em redes de fibra óptica de longa distância ou metropolitanas e para prover conectividade em cloud computing. A empresa já está produzindo algumas unidades, mas espera atingir a escala de mil peças/mês no final de 2016.
Pelo plano de negócios, a BrPhotonics deve faturar este ano entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões, R$ 15 milhões em 2016 e R$ 30 milhões em 2017. O desafio é grande, mas Oliveira diz que têm uma tecnologia extremamente competitiva, a fotônica integrada, que permite produzir um chip dez vezes menor, consumindo quatro vezes menos energia e com maior densidade de bit por área.