MWC Shangai 2023: Teles chinesas buscam caminhos para gerar valor com 5G

No primeiro dia do MWC Shangai 2023, as três principais operadoras chinesas apresentam seus planos para rentabilizar com 5G e parcerias
Executivos das operadoras asiáticas se reúnem no MWC Shangai 2023 (Divulgação)
Executivos das operadoras asiáticas e da GSMA se reúnem no MWC Shangai 2023 (Divulgação)

Shanghai* – Responsáveis por quase 60% das conexões de 5G do globo, as três operadoras de celular da China, embora com estratégias de mercado diferenciadas, mostraram, durante a abertura do MWC Shanghai 2023, os novos desafios para os prestadores de serviço rentabilizarem seus investimentos e ampliarem a presença dessa tecnologia para além da oferta de mais velocidade.

Os três CEOs que subiram ao palco do primeiro dia do evento  citaram, inúmeras vezes, a colaboração e plataformas abertas como os melhores caminhos para o desenvolvimento do ecossistema 5G. Colaboração não apenas entre empresas do setor, mas também entre corporações de distintos ramos econômicos, para que a tecnologia cumpra as suas promessas iniciais de apoio à transformação digital.

Yang Jie, CEO e Chairman da China Mobile, a maior operadora do país, disse que, a partir de agora, o caminho deverá ser da integração da conectividade com a indústria de tecnologia da computação. ¨Estamos entrando na era da transformação da computação, partindo para criar uma rede de telecom computacional,  e assim ampliar o leque de atuação do 5G¨, afirmou o executivo.

Ker Viwen, CEO e Chairman da China Telecom, primeira empresa a implementar o padrão SA (Standalone, adotado no Brasil), está construindo, segundo ele, ¨a maior e mais rápida 5G SA compartilhada¨. E aposta na nuvem para acelerar a escalabilidade de sua rede. Em seu entender, para que o 5G faça parte de toda a jornada das pessoas, será preciso reformar a estratégia das operadoras, de maneira a ampliar a participação de mais parceiros na criação de novos serviços e casos de uso.

Um dos desafios, apontou o executivo, é assegurar a replicabilidade do modelo de negócios.

Liu Liehong, CEO e Chairman da China Unicom, por sua vez, disse que a sua empresa está se transformando em uma carrier totalmente voltada para computação em nuvem. ¨O atual movimento das redes de telecom caminha no sentido de se criar uma grande capacidade de suporte para os novos serviços¨, afirmou o executivo.

Infraestrutura

Segundo Zhao Zhiguo, engenheiro chefe do Ministério de Indústria e Tecnologia, a China já concluiu a construção de sua infraestrutura de banda larga. Conta hoje com 2,8 milhões de Erbs 5G instaladas em todo o país e 543 milhões de assinantes 5G. Mas assinalou que ainda há muito a ser feito antes de a nova geração tecnológica tomar corpo, como ampliar a cobertura e a capacidade das redes, ampliar a presença nas áreas rurais e adotar mais casos de uso.

GSMA

Alex Sinclair, CTO da GSMA, promotora do evento, por sua vez, preferiu deixar de lado o tema do compartilhamento dos custos na construção dessa infraestrutura, tema esse tão ardorosamente defendido no MWC de Barcelona realizado em fevereiro deste ano, para abordar outra pauta do setor de telefonia móvel, que estará em debate em novembro deste ano, durante a Conferência da UIT. ¨Este é um ano crítico para a harmonização do espectro e a banda de 6 GHz é crucial para a indústria¨, defendeu o executivo.

Vale lembrar que, no Brasil, a Anatel destinou integralmente esse pedaço de espectro para a tecnologia de banda larga fixa, o WiFi 6E, contrariando, assim, o segmento das operadoras de celular.

*A jornalista viajou a convite da Huawei

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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