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Migração do satélite para chegada da 5G deve levar 5 anos

Proposta é de consultoria contratada pelo Sindisat. Conselheiro Moisés Moreira, da Anatel, avisa no entanto que agência vai decidir sobre regras para a migração, e que estas não serão negociadas.

A consultoria Roland Berger, contratada pelo Sindisat para elaborar um estudo sobre as condições de limpeza da Banda C satelital a fim de liberar espectro para a chegada da 5G, apresentou hoje, 22, suas conclusões no Painel Telebrasil 2020.

Ali, Frederic Sato, o diretor da consultoria, apresentou a proposta encampada pelas empresas de satélite que atualmente ocupam a faixa que vai de 3,6 GHz a 4,2 GHz, que poderá sofrer interferências das redes móveis celulares instaladas em 3,5 GHz.

O relatório levou em conta a ideia de realocar os serviços existentes até a faixa de 3,8 GHz para bandas um pouco mais altas. Conclui que cada empresa do setor terá um prazo diferente de migração. Por isso, sugere um modelo de limpeza faseado, que pode durar até cinco anos, considerando-se 2020 o ano zero.

“A gente precisa de um ano de planejamento da implementação, já estamos avançados dentro desse um ano, e precisamos de mais cinco anos para conseguir fazer a implementação de forma segura e adequada”, falou. Segundo ele é possível comprimir esse cronograma, mas com riscos que precisarão ser mitigados.

Preço

A consultoria também calculou como a Anatel deve ressarcir as operadoras de satélite para liberação do espectro que atualmente usam para as operadoras móveis.

“A gente enxerga que o primeiro bloco de ressarcimento é o custo da migração propriamente dita. Precisaremos de dupla iluminação para a migração, mão de obra, equipamentos, antenas, conversores, fazer reapontamentos”, disse.

Outro bloco seria a infraestrutura terrena, como filtros de proteção. Os custos no caso dependem das especificações técnicas.

“O terceiro e o quarto blocos compõem vertente de reequilíbrio financeiro. Tem o valor residual dos satélites que não chegaram ao fim da vida útil, e a antecipação da harmonização do espectro, que se refere a um incentivo para anteciparmos a migração”, sugeriu.

Atualmente, lembrou, 15 satélites que usam a Banda C estendida serão impactados pela ativação da 5G em 3,5 GHz.

Sem negociação

Moisés Moreira, conselheiro da Anatel, ouviu a proposta, mas destacou que caberá à agência decidir sobre o tema, não havendo negociação.

“Os impactos colocados sobre limpeza, é também preocupação da Anatel, estamos atentos a isso. Mas deixo claro que não se trata de negociação. A área técnica da Anatel vai analisar a questão e propor uma solução técnica. Não sendo, enfim, uma negociação”, falou.

Segundo ele, o leilão de espectro 5G deve acontecer de junho de 2021 em diante. “O processo do edital foi encaminhado para a PFE em 13 de agosto, e deve ser encaminhado para área técnica em meados de outubro. Depois será enviado para o Conselho Diretor, que ser aprovar, manda para o TCU que tem 90 dias para analisar. Depois publica-se, e tem 30 dias para recebimento as propostas”, explicou.

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