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Ilhas de excelência em cidades inteligentes ganham reconhecimento e mercado no País

Por meio de empresas de economia mista, prefeituras que investem mais em serviços digitais e de conectividade expandem atuação para outros municípios
Ilhas de excelência em cidades inteligentes ganham reconhecimento e mercado no País
Brasil tem exemplos de prefeituras que são ilhas de excelência em cidades inteligentes

Prefeituras que reconhecem a relevância da conectividade e de soluções digitais e empresas que atuam na prestação de serviços ligados a projetos de cidades inteligentes têm colhido os frutos ao saíram na frente na exploração desse mercado.

A Companhia de Informática de Jundiaí (Cijun), empresa controlada quase integralmente pela prefeitura do município do interior paulista, por exemplo, não se limita a prover serviços ao setor público local. A desenvolvedora de aplicações conta com clientes em outras cidades, inclusive fora do estado de São Paulo.

“Somos cada vez mais procurados e visitados por outras prefeituras”, afirmou Amauri Marquezi de Luca, presidente da Cijun, nesta quinta-feira, 17, durante painel do evento Smart Cities Mundi, promovido pelo Tele.Síntese. “Como uma empresa de economia mista, a busca por novos clientes é fundamental e, hoje, temos nos posicionado como integrador”, acrescentou.

De acordo com de Luca, o intercâmbio de soluções contribui para aumentar o nível de digitalização e acelerar a curva de modernização dos serviços públicos. Contudo, ele indica que ainda há um desequilíbrio significativo entre as cidades do País no que diz respeito a sistemas inteligentes.

“A minha grande preocupação é o País ter ilhas de excelência, enquanto outros municípios ficam para trás. Isso não é bom para ninguém”, ressaltou.

Na mesma discussão, Rodrigo Mauro Ruiz Matos, superintendente executivo de Estratégia, Negócios e Marketing da Prodesp, empresa de processamento de dados do governo paulista, lembrou que, na visão do cidadão, o bom serviço público é aquele que é feito rapidamente – se possível, sem deslocamento até uma unidade de atendimento.

“Nenhum cidadão gosta de ter de resolver qualquer coisa com a prefeitura ou com o governo estadual. Então, quanto menos tempo ele gasta com o serviço público, mais satisfeito fica”, analisou.

Mercado

Ricardo Montanher, diretor comercial B2B da Ligga, salientou que, com diversos equipamentos de Internet das Coisas (IoT) espalhados pelas cidades, os gestores públicos podem ter uma visão mais clara dos problemas locais.

“Seja uma cidade pequena ou uma metrópole, a importância dos dados não pode ser subestimada”, reforçou. “Isso é o que vai trazer uma forma de decisão muito mais tabulada, permitindo intervir em situações específicas, como consumo de energia, monitoramento de tráfego e sensores de câmeras”, complementou Montanher.

João Del Nero, gerente de vendas de Data Analytics da Embratel, por sua vez, enfatizou a contribuição das plataformas em nuvem para o setor público, inclusive para cidades menores.

“É difícil fazer a transformação digital e disponibilizar aplicativos e soluções sem ir para a nuvem, porque ela traz escalabilidade. Além disso, na esfera pública, não dá para comprar servidor todo mês, até porque há toda a burocracia dos processos de compra”, pontuou.

Certificação de prefeituras

Em uma palestra em separado, o gerente de Desenvolvimento de Negócios para Smart Cities da Embratel, Luiz Kazan, anunciou que a operadora B2B está lançando um serviço que deve ajudar prefeituras a conquistar certificações de cidades inteligentes.

Na prática, a plataforma funciona com um dashboard que congrega todas as aplicações inteligentes e digitais sob o comando da administração pública local. Com isso, é possível visualizar em qual nível a prefeitura se encontra para que possa requisitar certificações da Organização Internacional de Normalização (ISO).

“A plataforma ajuda a comprovar que se está trabalhando para uma evolução da cidade e para que empresas e indústrias se sintam confortáveis em saber que há um plano em andamento”, explicou Kazan.

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