Mercado comporta operadores de todos os tamanhos, afirma a Wirelink

CEO da companhia disse que o importante é ter respeito ao mercado e trabalhar pelo bem comum, de levar a comunicação de qualidade para a ponta, para o usuário final

A Wirelink projeta um 2021 de muito crescimento para acompanhar a aceleração da transformação digital da economia, promovida pela pandemia do novo coronavírus. “O mercado está aquecido e mesmo com o advento do 5G, a fibra óptica não vai perder a relevância”, disse o CEO da companhia, Adriano Marques, que participou de live promovida pelo Tele.Síntese nesta segunda-feira, 17.

Segundo Marques, o plano é chegar onde a rede não está. “A pandemia mostrou a necessidade de vários locais e várias cidades, onde os moradores conhecem a qualidade do serviço da Wirelink e reivindicam a implantação da nossa rede”, afirmou.

O executivo disse que o crescimento das redes de banda larga fixa já é muito maior que o de três, quatro anos atrás, e que a corrida pela comunicação vai beneficiar aqueles que chegam primeiro. A busca é atender essas regiões o mais rápido possível, seja por rede neutra ou própria.

Sobre a competição com as redes neutras prometidas pelas grandes teles, Marques disse que o mercado comporta empresas de todos os tamanhos, isto porque haverá cidades que não interessam as maiores operadoras. “Não vejo a Oi, a Vivo, a TIM, a Claro e os pequenos provedores como concorrentes, é muito mais um respeito ao mercado e trabalhar pelo bem comum, de levar a comunicação de qualidade para a ponta, para o usuário final”, disse.

Para o CEO da Wirelink, levar a conectividade para todo o país, o quinto no mundo em territorialidade, é um desafio gigantesco e nenhuma operadora pode superar sozinha. “É claro que o investimento da nossa companhia é bem menor do que o da Oi, por exemplo, mas nós estamos procurando fundos, parceiros, concorrentes para tentar aumentar a capacidade da rede e a grade de serviços para entregar um serviço de qualidade na ponta”, afirmou.

Marques é favorável a construção de redes neutras, não redundantes, que facilitaria o uso de postes ou de dutos. “A gente precisa perder um pouco essa questão do que é meu para focar no que vou usar, porque o cliente é meu”, afirma. Ele afirmou que um grupo de provedores buscam financiamento para construção de uma rede neutra.

5G

O 5G também está nos planos da Wirelink, mas reconhece que os recursos são escassos para participação no leilão, que só deve acontecer em 2021. Marques disse que a empresa está estudando uma forma de acesso a um pedaço dessa frequência para atender mercados onde os grandes operadores não vão querer ir.

Uma das opções em estudo é o acesso ao mercado secundário, ou seja, usar a frequência das grandes onde não está sendo usada para atender a população local. “Eu acho que é uma tecnologia que trará grandes melhorias, porque nem sempre é possível passar a fibra em todo canto, em alguns locais fica proibitivo”, disse.

Caso isso seja possível, a ideia não é construir uma rede neutra, mas uma infraestrutura de vários operadores para oferecer serviços por meio dela.

Sobre a atuação de operadores regionais na área de conteúdo, Marques defende que os ISPs busquem parcerias com OTTs, plataformas de IPTV para trabalhar em conjunto. “O que não pode é começar do zero, que requer muitos recursos”, afirmou.

A Wirelink tem sede em Fortaleza, no Ceará, que funciona desde 1996. Possui rede com 35 mil km iluminada por DWDM e atua nas regiões Nordeste e Norte.

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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