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Meirelles: reformas constantes sustentam o crescimento econômico

Ex-ministro da Fazenda destaca que a agenda da produtividade é o próximo desafio do Brasil e defendeu o cumprimento do teto para os gastos públicos no pós-pandemia
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As reformas são fundamentais para a sustentabilidade do crescimento econômico e têm de ser constantes, defendeu hoje, 22, o ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, durante o evento online Painel TeleBrasil 2020.

Apontou que, além da questão fiscal que é fundamental, com o pacto federativo e a reforma administrativa, é preciso olhar para a agenda da produtividade. Meirelles ponderou também que é fundamental estabilizar a situação fiscal. “É uma tarefa constante, mas a agenda da produtividade é o próximo desafio do Brasil.”

Segundo o atual secretário da Fazenda de São Paulo, a situação fiscal será muito importante nos próximos anos, para garantir a retomada da economia de forma sustentável após o período da pandemia, com o cumprimento do teto de gastos nas despesas públicas.

“Neste momento, temos cada vez mais que implantar o teto. No pós-pandemia, é preciso voltar para uma absoluta obediência. Sei que a tentação é grande, porque, por um período, houve expansão por conta de uma crise de saúde inédita. Agora, é necessário reequilibrar o processo”, sustentou.

Para Meirelles, o momento mais crítico da crise foi em abril, quando a economia sentiu o impacto total “do medo do desconhecido, da prudência e das medidas tomadas visando proteger a população”.

Menor nível dos juros

Meirelles defendeu que o teto de gastos foi fundamental para a redução da taxa básica de juros, que hoje está em 2% ao ano, o menor nível da história. No governo do presidente Michel Temer, à frente da pasta da Economia, ele foi o responsável pela criação da norma aprovada no Congresso Nacional que congelou o aumento do gasto público, limitado à inflação do ano anterior, por 20 anos.

“O teto de gastos viabilizou a discussão orçamentária. Passou a ser forçoso discutir prioridades orçamentárias, porque não se podia expandir o gasto. E o Brasil voltou a crescer. A recuperação permitiu ao Banco Central, de forma conservadora, baixar a taxa de juros, com uma consequente melhora estrutural”, afirmou.

Papel da reforma tributária

Também palestrante no Painel TeleBrasil 2020, o ex-presidente do Banco Central e atual presidente do Conselho de Administração do Credit Suisse, Ilan Goldfajn, destacou que o Brasil vai crescer produzindo mais, com papel fundamental da reforma tributária.

“Muitos países saíram do problema da dívida crescendo. Não vamos crescer gastando mais, vamos crescer produzindo mais, tirando a carga que uma parte da sociedade tem em termos de questões tributária, em termos de riscos.”

Ilan previu que a reforma tributária será aprovada no país, mesmo que continue enfrentando dificuldade de crescer no médio prazo. O ex-presidente do BC ainda defendeu que o saldo líquido de uma abertura comercial seria positivo para o Brasil. “No médio prazo, não vamos avançar se não formos eficientes”, concluiu.

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