MedSênior cria data sciency academy para inovar em saúde

Operadora de saúde com foco na terceira idade, a MedSênior está investindo fortemente em inovação. Uso de inteligência artificial é real.
MedSênior cria data sciency academy para inovar em saúde | Dr. Thiago Maia, líder de saúde e operabilidade da MedSênior. | Foto Divulgação
Dr. Thiago Maia, líder de saúde e operabilidade da MedSênior. | Foto Divulgação

Operadora de saúde com foco na terceira idade, a MedSênior está investindo fortemente em inovação com o desenvolvimento de soluções para diversas áreas da saúde. O uso de inteligência artificial tem sido uma constante. No mercado desde 2010, a empresa atua em seis estados do Brasil (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Brasília, Paraná e Rio Grande do Sul) somando mais de 82 mil clientes.

O plano de expansão e inovação prevê chegar às regiões Norte e Nordeste e alcançar 1 milhão de pacientes até 2030, mantendo o crescimento atual de 40% ao ano.  A MedSênior tem aporte da TEMASEK, empresa global de investimentos com sede em Cingapura, que adquiriu cotas de participação, fortalecendo sua chegada em São Paulo – investimento de R$ 25 milhões.

“Durante o período inicial da pandemia, o setor de saúde passou por uma revolução digital e muitas operadoras procuraram se modernizar. A MedSênior criou o Medicine Inovation Lab (MIL), uma estrutura que trabalha todos os seus processos e projetos de inovação e tecnologia. Por meio do MIL, identificamos os problemas da área de saúde a fim de construir soluções que garantam o
atingimento de três pilares: resultado clínico, por meio de prevenção e qualidade ou saúde baseada em valor; eficiência; e experiência do cliente”, elenca o médico Thiago Maia, líder de saúde e operabilidade da MedSênior.

Interoperabilidade é o desafio

Ele explica que o terceiro pilar, da experiência do cliente, é fortemente suportado por analytics e data science, porque o setor de saúde, público ou privado, é extremamente defasado nessas duas instâncias, comparado a outros setores como finanças, varejo e agro. Não se trata de falta de coleta de dados, mas sim ausência de estruturação e de interoperabilidade das bases de dados.

“O dado produzido, reforçado pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), é do paciente e não da empresa. São dados sensíveis. O meu cliente também é munícipe e precisa de entendimento de seu histórico de saúde. Esses são os grandes desafios do setor: estruturar os dados e torná-los interoperáveis. Criamos uma data sciency academy com profissionais que conhecem de negócio, tecnologia, regulação, medicina. E desenvolvemos um framework específico para traçar hipóteses de data sciency para todas as
áreas”, diz Maia.

Entre as inovações desenvolvidas pelo MIL, com apoio de instituições como o Centro de Computação do Cimatec, está o projeto que aumenta a assertividade de um raio X de tórax, chegando a 92%, o que facilita o diagnóstico de várias doenças como a Covid-19, que afetam os pulmões.

“Esse foi o primeiro case de inteligência artificial que desenvolvemos, no início da pandemia, para avaliar radiografias de tórax a fim de definir se está alterada e qual a probabilidade de ter sido provocada pela covid-19, com nível de assertividade superior à da tomografia”, explica o médico.

A pesquisa foi realizada em Vitória e conta com um extenso banco de dados de resultados que permite análise das imagens e cruzamento de dados, auxiliando no diagnóstico e contribuindo no trabalho do médico responsável pelo laudo. O
sistema foi cedido à Prefeitura de Vitória para a realização de exames na rede municipal, além de beneficiar os usuários da empresa.
Maia explica que os resultados são mais rápidos e de menor custo. O tempo de resultado é menor do que no caso de uma tomografia e o custo também cai.

Além disso, submeter-se a um exame de raio x é equivalente a estar exposto a algumas horas de radiação. No caso da tomografia, a exposição é proporcional a quatro anos de radiação e pode exigir sedação ou contraste. “O raio x é muito menos agressivo ao paciente. O sistema foi testado por seis meses, no conceito de redes convalescentes neurais e aprimorado para garantir um nível de acurácia superior à tomografia e equivalente ao do PCR”, destaca Maia.

Além de dar o diagnóstico de Covid-19, a ferramenta avalia todas as outras alterações pulmonares. A solução recebeu diversas premiações além da publicação na revista científica Applied Science, ligada à organização e editora MDPI, sediada na Suíça com objetivo de promover o intercâmbio em diversas áreas da ciência.

Outra inovação desenvolvida pela MedSênior em prol da saúde é um dispositivo digital que monitora o índice glicêmico para evitar complicações e internações por diabetes. O aparelho foi desenvolvido pelo MilSênior em parceria com a Roche. O dispositivo sinaliza quando os registros estão fora do normal, para que o paciente procure atendimento médico.

O objetivo é garantir o controle da glicemia, buscando deter até mesmo doenças já em curso, por meio de um conjunto de ações. O laboratório realizou um estudo piloto com um grupo de beneficiários portadores de diabetes que já viviam situações críticas de comprometimento da saúde de órgãos como os rins e os olhos. No início do projeto, 89% deles estavam com a taxa acima dos padrões recomendados, após seis meses, 64% já tinham a hemoglobina glicada sob controle.

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Redação DMI

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