Marcas globais usam IA para os pontos de venda

Marcas como Heineken, Unilever, Wickbold, Saint-Gobain e Bosch estão aplicando plataforma de IA para avaliar a demanda nos pontos de venda
Marcas com IA no Ponto de venda. Crédito-Divulgação
Fernando Farias, CEO da Gofind. Crédito-Divulgação.

Marcas como Heineken, Heliar, MSD, Unilever, Wickbold, Saint-Gobain e Bosch  estão aplicando plataforma de IA –  inteligência artificial – para avaliar a demanda de consumidores nos pontos de venda. Elas são algumas das 200 indústrias usuárias da startup Gofind, fundada em Joinville (SC), em 2018. A empresa já conta com mais de 1 milhão de produtos de 400 marcas e 2 milhões de varejos integrados em sua plataforma. A Gofind utiliza algoritmos de IA para cruzar, em tempo real, dados da demanda de consumidores com a oferta de produtos nos PDVs, para automatizar e melhorar decisões na indústria.

“O principal objetivo é aumentar o fluxo de pessoas nas lojas que têm o produto da marca. Usamos dados de oferta e demanda da indústria para apoiar as decisões nas áreas de marketing, trade e comercial. A área de marketing pode saber onde tem demanda pelo produto, mas o comercial ainda não chegou, ou onde as pessoas estão procurando mais o produto que foi divulgado”, diz. Fernando Farias, CEO da Gofind.

A startup desenvolveu sua própria IA em 2018, que possui um algoritmo próprio de machine learning para calcular a chance de encontrar produtos de uma determinada marca. A principal vantagem é a visibilidade do estoque estimado do pequeno varejo, informação que é muito difícil de obter da forma tradicional.

Para isso, a empresa captura as informações de onde o produto está disponível (oferta) e onde as pessoas estão procurando (demanda). A oferta é informada pela indústria e a demanda é identificada por um localizador de produtos oferecido na modalidade white label pela startup para as marcas customizarem e disponibilizarem na web para os consumidores acessarem.

“A pessoa entra no site do produto, clica em `onde encontrar´ e o localizador informa as dez lojas mais próximas com o produto em estoque.  A informação da consulta é enviada para a indústria, com dados de  latitude e longitude, sinalizando que há demanda na região. O localizador de produtos vira um “monitorador” de demanda. Fornecemos um mapa de calor para a marca até onde ainda não tem o produto disponível”, explica Farias.

Por meio de uma parceria com o Google, a Gofind mantém o perfil dos varejos atualizado com fotos, endereços, horários e telefones em 5 mil cidades. A estratégia é colocar informações de disponibilidade dos produtos nos perfis do pequeno varejo no Google. Conforme as pessoas vão fazendo suas pesquisas no site de busca, e as lojas que têm o produto aparecem, a Gofind envia os  insights que o Google gera para que a marca veja as informações da demanda para seus produtos.

“A IA atua principalmente na análise da oferta. A Heineken, por exemplo, nos envia tudo o que vende no Brasil inteiro. Posso dizer quais as dez lojas mais próximas para comprar Heineken Zero em qualquer cidade do Brasil. Essa informação seria impossível se eu tivesse de me integrar aos estoques de mais de 600 mil pontos de venda. Criamos o algoritmo de machine learning que lê o que a loja está comprando e calcula a chance de encontrar o produto naquele momento”, esclarece o CEO.

Marcas com IA

A plataforma de IA é utilizada principalmente por indústrias com marcas nos segmentos de alimentos e bebidas, com destaque para a Heineken; material de construção, tendo como carro-chefe a Saint-Gobain, Tigre e Bosch Ferramentas; em PET tanto marcas de saúde animal quanto de alimentação.

“O efeito positivo da ferramenta é tornar a experiência do consumidor mais prática e conveniente. O grande objetivo é capturar as informações de uso das pessoas pelo localizador para que as indústrias tomem melhores decisão e melhorem a experiência do consumidor”, destaca Farias.

Hoje, a empresa está presente em oito países em que as marcas dos clientes que atuam no país também têm operação. Em 2018, a empresa já recebeu aporte de R$ 2 milhões do fundo Invisto, de Florianópolis. E mais tarde recebeu R$ 1,5 milhão de investidores-anjo e do Fundo VC5. Agora, está com um round de investimentos aberto a fim de captar recursos para facilitar a expansão internacional e a criação de novos produtos.

“Sabemos que dá para colocar nossa solução em outros países. Mas o round é essencialmente para desenvolver outras soluções de IA, como leitura de sell out (venda) do pequeno varejo. Com essa nova solução, a indústria poderá ter informações de qual o ticket médio, o que o consumidor compra junto com o seu produto, o que poderá fomentar parcerias. Há um potencial gigante de informações que o varejo pode fornecer”, conclui Faria.

 

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Da Redação

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