Living lab: projetos preparam municípios para chegada do 5G

Iniciativa faz parte de convênio entre Parque Tecnológico de São José dos Campos e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Dez municípios são beneficiados.
Living lab: projeto prepara municípios para chegada do 5G
Marcelo Nunes , Diretor de Desenvolvimento de Negócios do Parque Tecnológico de São José dos Campos (Foto: SmartCities Mundi)

Projeto desenvolvido pelo Parque Tecnológico de São José dos Campos está levando living lab (laboratório vivo) a municípios de nove estados brasileiros como preparação para a chegada do 5G. A iniciativa foi detalhada pelo diretor de Desenvolvimento do parque, Marcelo Nunes, durante painel do SmartCities Mundi, evento realizado pelo Tele.Síntese em parceria com o Fórum das Américas.

“Esse living lab de 5G que estamos espalhando pelo país é um espaço dedicado para que aplicações sejam testadas e essas aplicações gerem recursos para as empresas, além de serviços para o cidadão”, aplicou Nunes.

O projeto faz parte de convênio entre o Parque Tecnológico de São José dos Campos e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao Ministério da Economia. O órgão foi o responsável por selecionar as localidades.

O ambiente será implementado nos municípios de Francisco Morato (SP), Sorocaba (SP), Petrolina (PE), Jaraguá do Sul (SC), Araguaína (TO), Ceará-Mirim (RN), Curitiba (PR), Picos (PI), Parauapebas (PA) e Paraipaba (CE).

Parcerias para a chegada do 5G

O Parque Tecnológico ficou responsável por firmar parcerias para viabilizar o projeto. Entre as empresas participantes está a Qualcomm que desenvolve soluções inovadoras voltadas para cidades inteligentes e inclusão digital.

“Quando estamos falando de 5G, precisamos lembrar que é uma baita tecnologia, mas ainda ninguém sabe. Então, a criação desses ambientes para que as aplicações sejam desenvolvidas é de extrema importância”, disse Nunes.

A expertise de São José dos Campos aprimora as análises necessárias para a preparação dos municípios para a chegada do 5G. Antes deste projeto, o parque tecnológico já havia criado  uma metodologia para avaliar a maturidade das cidades.

“Como você vê em uma geladeira, por exemplo, qual é a nota que ela tem de consumo de energia. Seria mais ou menos isso, para avaliar 17 indicadores para uma cidade inteligente. Indicadores que analisam disponibilidade, conectividade, cuidados com cibersegurança. A gente avalia e posiciona com o nível de maturidade a ser aplicado dentro dos municípios”, explica o diretor

Primeira cidade inteligente certificada

São José dos Campos (Crédito: Divulgação)

A implementação de living labs é um dos cases que envolvem o posicionamento de São José dos Campos frente a tecnologias. Em março deste ano, o município foi certificado como primeira Cidade Inteligente do Brasil, com base nas três normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) designadas para esta finalidade: NBR ISO 37120, NBR ISO 37122 e NBR ISO 37123.

Para alcançar esta certificação, a cidade passa pela avaliação de 276 indicadores. Parte deles, vão além de tecnologia por si só, abrangendo qualidade de vida, sustentabilidade e infraestrutura.

“É importante a gente entender que, quando estamos falando de cidade inteligente, não necessariamente estamos falando de tecnologia” afirma Nunes.

Intercâmbio tecnológico

Fabio Naro, adido científico da Embaixada da Itália no Brasil. (Foto: SmartCities Mundi/Reprodução)

Fabio Naro, adido científico da Embaixada da Itália no Brasil, destacou participação do consulado em fechamento de parceria entre o governo do Rio de Janeiro e três das maiores concessionárias italianas – Enel X, Leonardo do Brasil e TIM Brasil – para oferecer soluções conjuntas para um “modelo integrado de cidades Inteligentes, Seguras e Resilientes”.

O documento, assinado em junho de 2021, definiu o município de Maricá (RJ) como o primeiro a fazer parte do projeto de implementação de living lab. Conforme o memorando, cada empresa ficou responsável por desenvolver um conjunto de soluções que contribua com a segurança e economia da cidade.

“A ideia é que esse modelo possa ser replicado com outros parceiros”, disse Naro.

Thaís C. Strassmann Nahas, diretora da Vertical Smart Cities da ACATE, também compartilhou iniciativa de desenvolver “mini living labs” no país com objetivo de testar soluções. O projeto conta com diversos parceiros, desde desenvolvedores até entidades da sociedade civil.

“Existe um acompanhamento mensal dos testes. Damos um retorno para o desenvolvedor sobre qual tecnologia usar”, afirma Thaís. Entre os aspectos avaliados ao testar soluções tecnológicas está a usabilidade e o custo.

Thaís C. Strassmann Nahas, diretora da Vertical Smart Cities da ACATE (Foto: SmartCities Mundi/Reprodução)

Além disso, a ACATE intermedia o contato entre startups e o poder público na contribuição de serviços de inovação. Atualmente, consultores voluntários orientam gestores públicos sobre a implementação do 5G.

SmartCities Mundi

O SmartCities Mundi é uma realização do portal Tele.Síntese em parceria com o Fórum das Américas. O evento segue até quarta-feira (22).

O formulário de inscrição e a programação do evento estão disponíveis no site www.eventos.momentoeditorial.com.br.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura dos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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