Letramento digital torna jovem brasileiro crítico, não apenas consumidor de tecnologia

A escola tem papel fundamental em ensinar tecnologia e sobre tecnologia, para garantir um papel de protagonista ao aluno

Crédito: TV.SínteseO jovem brasileiro tem facilidade em adotar novas tecnologias, mas não tem senso crítico para avaliar as implicações, os impactos dos algoritmos. Ou seja, atua apenas como consumidor, o que leva o país para um patamar mais baixo de competitividade. O que falta é o letramento digital, e a escola tem muita importância nisso, afirma Larissa Santa Rosa, especialista em Educação e Tecnologia da Cieb. “É preciso conhecer os riscos da exposição pessoal, das notícias falsas”, disse.

Para Larissa, a escola tem papel fundamental em ensinar tecnologia e sobre tecnologia, para garantir um papel de protagonista ao aluno. “E não dá mais para que esse tema esteja fora do currículo”, afirmou ao participar, nesta terça-feira, 30, do evento Edtechs e as Escolas Públicas, promovido pelo Tele.Síntese.

Larissa disse que há três pilares básicos para o letramento digital: conhecer a cultura digital, ter uma cidadania digital; entender o que é um software, hardware; desenvolver o pensamento computacional e abstrair, decompor, criar problemas e solucioná-los.

Lia Roitburd, gerente Sênior de Projetos Educacionais da Fundação Telefônica Vivo, ressalta que a falta de letramento digital deixa a pessoa fora de uma série de atividades. “É preciso saber pesquisar, discernir diante de um mundo de informações e isso a partir de um aprendizado por meio da tecnologia, sobre a tecnologia”, reforçou.

Os projetos de letramento digital da Fundação Telefônica Vivo estão baseados em contextos, na realidade de cada turma, de cada estudante, cada faixa etária, para fortalecer as habilidades. “A gente tem que trazer à tona as novidades, como o ChatGPT, analisar os riscos e tirar os melhores proveitos”, disse Lia.

Para Rita Junqueira de Camargo, cocriadora e Gestora de Desenvolvimento Institucional do Instituto Catalisador, o letramento digital se apoia no construcionismo, em pensar como os alunos podem deixar de ser consumidores e passarem a atores de tecnologia, que podem usar criticamente tudo que está aí. “A gente entende a tecnologia como meio de expressão”, resumiu. As debatedoras defenderam que esse letramento não pode esperar e precisa ser algo de políticas públicas federais, estaduais e municipais.

 

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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