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Kassab teria recebido dinheiro da Odebrecht para fundar partido

Segundo delação premiada de executivos da Odebrecht, o ministro Gilberto Kassab, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações teria recebido da empresa, de forma não oficial, R$ 17,9 milhões entre novembro de 2013 e setembro de 2014.

Brasília - A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática realiza audiência pública com a presença do ministro de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, que apresenta as ações do governo na sua área (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Um dos ministros do governo Temer incluídos na lista do ministro Edson Fachin, do STF, dentro do processo da Lava Jato, Gilberto Kassab, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, é acusado de ter recebido dinheiro da Odebrecht, de forma não contabilizada, para fundar o seu partido, o PSD. Segundo as delações premiadas de executivos do grupo, entre novembro de 2013 e setembro de 2014 foram destinados para Kassab R$ 17,9 milhões tanto para montar o partido quando para a campanha eleitoral.

No pedido de abertura de inquérito encaminhado ao STF, e aceito pelo ministro Fachin, diz o procurador geral da República, Rodrigo Janot: “Em 2013, por conta da criação do novo partido do Gilberto Kassab, foi pedido a Benedicto Barbosa da Silva Júnior, novamente pelo próprio Kassab, repasses financeiros mais uma vez a pretexto das campanhas de 2014 e para a criação do novo partido. Dessa vez, os valores repassados somam [R$] 17,9 milhões, entre novembro de 2013 e setembro de 2014. Aqui também os valores foram repassados de maneira ilícita, sem registros oficiais.”

Segundo reportagem do Uol, Kassab foi o líder em doações gastas com campanhas derrotadas. Em 2014, ele disputou uma vaga para o Senado por São Paulo pelo PSD. Entre os mais de R$ 46,7 milhões repassados pela construtora Odebrecht a candidatos derrotados em eleições disputadas entre 2008 e 2014, mais de R$ 34 milhões foram gastos com apenas cinco candidatos, revela levantamento feito pelo site.

Em nota emitida logo após o vazamento da lista de Fachin, o ministro disse “confiar na Justiça” e “que é necessário ter cautela com depoimentos de colaboradores, que não são provas”.

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