Juros do cartão de crédito chegam perto de 400% ao ano, diz BC

O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito passou de 394,9% para 398,4% ao ano, segundo o BC.
Juros do cartão de crédito chegam perto de 400% ao ano, diz BC - Crédito: Freepik
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O endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou 53,1% em julho, o que representou elevação de 0,3% no mês e de 5,1% em 12 meses. Os dados fazem parte das estatísticas monetárias e de crédito divulgadas nesta quarta-feira, 28, pelo Banco Central.

Como efeito do ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 3,5 pontos porcentuais de julho para agosto, passando de 394,9% para 398,4% ao ano.

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 181,7% para 185,9% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 85,2% para 87,3%.

A taxa média de juros no crédito livre subiu de 40,4% ao ano em julho para 40,6% ao ano em agosto, informou também o Banco Central. Em agosto de 2021, era de 29,7%.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 53,4% para 53,9% ao ano de julho para agosto, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 23,4% para 22,8%.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 127,4% ao ano para 128,6% ao ano de julho para agosto. No crédito pessoal, a taxa total passou de 41,2% para 41,0% ao ano.

Operações de crédito

Segundo o BC, o volume das operações de crédito alcançou R$ 5,1 trilhões em agosto, o que representa uma expansão de 1,6% no mês. Houve incrementos de 0,9% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$ 2,1 trilhões) e de 2,1% na de pessoas físicas (R$ 3,0 trilhões).

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o crescimento do estoque total de crédito passou de 16,9%, em julho, para 16,8%, em agosto.

O spread bancário, diferença entre o custo de captação das instituições e o valor cobrado nos empréstimos ao público, subiu a 28,3 pontos percentuais no crédito livre, sobre 27,5 pontos no mês anterior e 21,5 pontos em agosto de 2021.

No mês passado, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 3,9%, ante 3,8% em julho.

A base monetária somou R$ 395,4 bilhões em agosto, crescendo 1,5% no mês, mas ainda apontado redução de 2,7% em doze meses. No mês, o volume de papel-moeda em circulação retraiu 0,8% e as reservas bancárias aumentaram 12,9%.

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Redação DMI

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