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IX.br ultrapassa marca de 8 Tbps de pico de tráfego

São Paulo continua a ser o maior ponto de troca de tráfego do país, responsável por 6 Tbps.
NILS71

O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) comemorou os 30 anos do domínio .br neste ano e os 15 anos do IX.br com um marco para a internet no Brasil: o IX.br ultrapassou os 8 Tbps de pico de tráfego, mantendo-se entre os maiores Pontos de Troca de Tráfego Internet do mundo.

O pico se deu semana passada, coincidentemente durante evento sobre infraestrutura organizado pelo NIC.br. “Quando nos preparávamos para o evento, estávamos com pico de tráfego agregado de 7 Tbps e, hoje felizmente, estamos ultrapassando os 8 Tbps, com o IX de São Paulo atingindo mais de 6 Tbps”, disse Milton Kashiwakura, diretor de projetos especiais e de desenvolvimento do NIC.br, em apresentação no primeiro dia.

Conforme o NIC.br, a expansão no volume trafegado é resultado da adesão dos pequenos provedores de internet ao IX.br, algo sem igual no mundo e incentivado pelas associações setoriais Abranet, Abrint, Abramulti, Abinee Internetsul, Redeteleul, SindiTelebrasil e Telcomp.

Diante da multiplicidade de empresas conectadas, o IX.br criou uma página, o Status Blog do IX.br (https://status.ix.br/), na qual a disponibilidade dos sistemas é exibida em tempo real, bem como alertas de quedas e avisos de manutenções.

Balanço do IX.br em 2019

Considerando a capacidade instalada, se todos os participantes ativados em São Paulo utilizassem toda a sua capacidade, gerariam 26 Tbps de tráfego Internet, enquanto no Rio de Janeiro seriam gerados 6 Tbps. Já em termos de crescimento anual de tráfego, os PTTs mais tradicionais e antigos seguem com uma média de 40% e são liderados pelo Rio de Janeiro, que apresentou o maior aumento (48,4%), Porto Alegre (48,3%) e São Paulo (36,5%), enquanto os mais novos mostraram um crescimento muito superior, com Belo Horizonte alcançando uma taxa de 228,6% e Londrina, 177,8%.

Em relação ao número de Sistemas Autônomos (AS, redes que compõem a Internet), no começo de dezembro de 2019 havia 7.425 ASNs distribuídos no Brasil – um aumento de 940 ao longo desse ano. Considerando o crescimento de ASNs, Fortaleza se sobressaiu, registrando um aumento de 59% em 2018, e 75% em 2019. Em contrapartida, em São Paulo quase não houve alteração no número de participantes, apenas 27 novos ASNs conectados durante o ano. Isso aconteceu devido à uma dificuldade de alocação de novos endereços IP no /21 na rede de São Paulo: com 2.048 endereços IPv4 disponíveis, 60 são alocados para uso interno (roteador, servidor, entre outros) do IX.br e 1.988 estão alocados para os participantes.

“Atualmente, para ativarmos um participante em São Paulo precisamos desativar outro, o que nos deixa em uma posição de mudanças constantes – só este ano, foram feitas mais de 400 alterações. A ideia é iniciar, em janeiro de 2020, uma mudança de máscara para /20 (4.096 endereços IPv4), o que dobrará a quantidade de endereços disponíveis, sem causar transtorno algum para os IPs já utilizados”, afirma Antonio Galvão Rezende, Supervisor de Operações do IX.br.

Preço

O processo de recuperação de custos operacionais do IX.br começou por São Paulo, com objetivo de proporcionar ao projeto autonomia financeira operacional. As cobranças serão estendidas a PTTs onde o tráfego for maior que 1 Tbps. Ou seja, atualmente, além de São Paulo, somente no Rio de Janeiro há cobrança.

“É de nosso interesse que exista o maior número de ASNs trocando tráfego, porém, apesar de a inadimplência não resultar em desligamento imediato, os ASNs que não pagarem ficarão em uma lista de devedores junto ao IX.br e poderão ter os serviços solicitados não atendidos”, alerta Julio Sirota, Gerente de Infraestrutura do IX.br.

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