IoT é chave para múltiplas aplicações da Logística 4.0

Projetos do Porto de Santos e do grupo DHL mostram a efervescência nessa área e como isso poderá ampliar o uso de soluções inteligentes nessa área
PAINEL 4: Setor de Logística obtém benefícios com rede privativa e IoT
IoT é chave para Logística 4.0

O mundo da Logística 4.0 talvez seja um dos mais diversos e múltiplos no cenário tecnológico. O número de aplicações desenvolvidas, em desenvolvimento ou que serão produzidas no futuro parece inesgotável com pontos em comuns, como gestão e monitoramento de frotas, ou específicos, como, por exemplo, obter dados de profundidade operacional de um canal de navegação. Para garantir a aceleração dos projetos nessa área, IoT é peça-chave com conectividade que pode ser garantida por tecnologias diferentes em redes públicas ou privadas.

O Porto de Santos é um bom exemplo dessas demandas e soluções múltiplas. Via BTP (Brasil Terminal Portuário) recebeu uma rede privativa 5G piloto, feita por TIM e Nokia, com aplicações de redes críticas.

A iniciativa é localizada no terminal da BTP. Mas o Porto de Santos estuda adotar em toda sua área soluções IoT. Chegou a fazer um chamamento público para uma rede LORA antes da pandemia, mas o projeto foi cancelado. Agora pretende fazer um segundo chamamento, abrindo a possibilidade para uso de outras tecnologias, com CAT-M e NB-IoT.

Os desafios da DHL Supply Chain são imensos também. Especializada em serviços logísticos que contam com armazenagem e transporte de produtos, utiliza a IoT na medição de temperatura de medicamentos e estuda a instalação de lockers em locais de grande movimento para apoiar o e-commerce.

Representantes das duas empresas, Lilio Neto,  Innovation HEAD Brazil e Innovation Evangelist LATAM na DHL Supply Chain, e Roberto Paveck , Gerente de Planejamento Logístico na Autoridade Portuária de Santos, debateram o uso de tecnologia na prática durante o último dia do evento IoT e Redes Pivativas, promovido pela Momento Editorial. Ao lado deles, o diretor de IoT da Claro, Eduardo Polidoro, abordou os avanços e as vantagens de cada tecnologia.

Demanda

“Acho que a partir de agora a Logística 4.0 vai dar passos maiores com as tecnologias de conectividade como Internet via satélite, 5G, carros elétricos e autônomos, IoT e redes privativas e outras soluções”, aposta Neto. As preocupações da empresa com várias etapas do processo levou, por exemplo, a aplicar sistemas inteligentes e conectados para gestão de pátio, robôs colaborativos monitorados por redes de sensores dentro dos CDs (Centros de Distribuição), controles de acesso com medição de temperatura e reconhecimento facial de motoristas, entre outras soluções.

Depois de aderir à inovação aberta, Neto conta que vários projetos foram desenvolvidos em parceria com startups. A empresa acelera empresas com soluções para problemas logísticos. A gestão de pátio, por exemplo, foi uma tecnologia que nasceu na startup Tracked. O controle de acesso vem da parceria com a Unike. Autonmi transformou transpaleteiras e empilhadeiras em veículos autônomos.

Na outra ponta, há também várias aplicações de interesse. O controle de navegação entre rebocadores foi uma das soluções aplicadas pelo Porto de Santos no projeto Gêmeo Digital, em parceria com a DockTech, e que utiliza dados batimétricos (medição da profundidade) para criar uma representação virtual dinâmica do leito marítimo do Porto. Ao analisar esses dados com algoritmos baseados em inteligência artificial, é possível identificar assoreamento, necessidades de dragagem e garantir maior segurança à navegação.

Desafios

“Nossa função é dar uma resposta para melhorar a logística do Porto, necessitamos mapear processos, monitorar o movimento que engloba caminhões em movimento. Só para se ter uma ideia, passam pelo porto mais de 3 milhões de caminhões por ano provenientes de 1.000 municípios, além de outros países da América Latina” , observou Paveck. Ainda tem no seu radar o movimento de armazéns, docas, a emissão de autorizações e inúmeras outras atividades que hoje estão rodando em redes próprias, redes públicas, privadas, RFID e outras.

Polidoro reconhece o valor da conectividade em todos esses processos e dá um aviso; as redes CAT-M e NB-IoT atualmente estão bem competitivas em termos de preços na comparação com a Lora e outras tecnologias privadas. “Tivemos uma época que os preços da Lora eram muito mais favoráveis mas depois do substantivo crescimento na escala global elas tiveram reduções drásticas no preço”, ressalta.

Ele reforça que as redes CAT-m e NB-IoT alcançaram uma grande capilaridade, o que garante ainda mais efetividade no processo de logística. E podem ser ampliadas para projetos específicos com facilidade. Lembra que, para atividades que exigem baixíssima latência, as redes privativas 5G são as mais indicadas.

A Claro e Embratel já vem apresentado o esforço feito na rede CAT-M . No agronegócio, por exemplo, as soluções cresceram 8 vezes para regiões já cobertas pelo 4G.

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Wanise Ferreira

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