Investimento anjo em startups no País cai 2% em 2022, aponta pesquisa

Aportes somaram cerca de R$ 984 milhões, bastante abaixo do ideal para a economia brasileira (R$ 10 bilhões); apesar da queda, quantidade de investidores cresceu 2%
Investimento anjo em startups cai em 2022, mostra pesquisa
Após queda em 2022, projeção de investimento anjo em startups para 2023 é a pior da série histórica (crédito: Freepik)

O volume de investimento anjo recuou 2% em 2022, na comparação com o ano anterior. Desse modo, no ano passado, os investidores anjos brasileiros aportaram cerca de R$ 984 milhões em startups.

Por outro lado, a pesquisa realizada pela Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que fomenta esse tipo de investimento e apoia o empreendedorismo inovador, aponta que o número de investidores anjo cresceu 2%, chegando a 7.963.

Vale lembrar que o investimento anjo é o realizado por pessoas físicas com capital próprio em empresas nascentes com alto potencial de crescimento.

O levantamento também mostra que, de acordo com a perspectiva dos investidores, o investimento anjo deve cair 4% neste ano. Por ser a primeira redução projetada, a taxa representa a pior perspectiva da série histórica, iniciada em 2011.

“Infelizmente, vimos um recuo no volume de investimentos em startups em 2022 em comparação com 2021 como um todo, sendo que o investimento anjo apresentou menor redução do que outros, como os fundos de venture capital, mostrando sua resiliência mesmo diante de cenário adverso, com a taxa de juros elevada, além de ter sido um ano de muitas incertezas geradas pela guerra da Ucrânia, alta da inflação e a acirrada disputa eleitoral brasileira”, afirma, em nota, Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil.

Segundo a pesquisa, os setores que os investidores demonstram mais interesse em apoiar são os de agritech (58%), software as a service (49%) e tecnologias para saúde (48%) e educação (45%), além das fintechs (42%). O levantamento também constatou um crescimento no interesse por deeptechs – startups de tecnologia com foco em Inteligência Artificial (IA), big data, realidade virtual e aumentada –, apontadas por 41% dos respondentes.

De acordo com a Anjos do Brasil, o volume de investimento em startups no País equivale a 0,7% do aportado nos Estados Unidos. Levando em consideração o tamanho das economias, os aportes no Brasil deveriam chegar a pelo menos R$ 10 bilhões.

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Redação DMI

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