Intel e Broadcom demonstram conexão de 5 Gbps no WiFi 7

Dispositivos com componentes de Intel e Broadcom para acesso a redes WiFi 7 chegam ao mercado no final de 2023, antes da padronização final da tecnologia pela IEEE

Crédito: Freepik

As fabricantes de chips Intel e Broadcom anunciaram testes bem-sucedidos com o novo padrão de conectividade sem fio WiFi 7.

Utilizando apenas um canal de 320 MHz na faixa de 6 GHz, as companhias conectaram um access point equipado com modem da Broadcom e um PC com processador e módulo WiFi da Intel.

O resultado foi uma transmissão de dados à velocidade de 5 Gbps – algo nunca atingido ainda com o WiFi.

O padrão WiFi 7 é a próxima geração do WiFi, sucedendo o WiFi 6E. Com nome técnico de IEEE 802.11be, agrega portadoras e usa canais em 2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz, com modulação QAM 4K.

A velocidade alcançada surpreendeu os próprios pesquisadores das empresas, uma vez que até o momento, a melhor taxa alcançada no WiFi 6e foi de 2 Gbps. A nova geração, portanto, dobra a velocidade do acesso sem fio doméstico.

Segundo Carlos Cordeiro, Wireless Chief Technology Officer da Intel, a demonstração aponta para o potencial do novo padrão e antevê o uso do WiFi em aplicações industriais mais exigentes. Segundo ele, até o final de 2023 haverá roteadores, notebooks e celulares compatíveis com o WiFi 7 no mercado.

Vale lembrar que a padronização do WiFi 7 está prevista para ser concluída apenas em maio de 2024. Cordeiro, no entanto, diz que o cronograma da entidade de padronização, a união de engenheiros IEEE, é uma referência que o as empresas normalmente antecipam mesmo o lançamento das inovações.

“O núcleo estável do WiFi 7 será o mesmo e não vai mudar entre o final de 2023 e o término da padronização. Mesmo que nem todos os recursos estejam finalizados, o núcleo do padrão já está lá. Todas essas tecnologias que usamos já estão lá e esperamos que estejam no padrão final.”, afirma.

Cordeiro também minimiza a baixa variedade de dispositivos WiFi 6E na América Latina e Brasil. Segundo ele, há muitos dispositivos, mas também há muitos entraves regulatórios que atrasam a chegada dos aparelhos.

“Tem que haver um processo regulatório facilitado para a aprovação. Temos certeza que o governo trabalha em uma forma de facilitar essa certificação. O espectro de 6 GHz é necessário, é a base para realizar tudo no WiFi 7. Acreditamos que o Brasil continuará a melhorar o ambiente regulatório”, acrescentou.

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Rafael Bucco

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