Para Brisanet, competição na banda larga fixa chegou ao auge

Operadora estima que, daqui em diante, empresas com redes mais resilientes devem se sobressair no segmento e reforça que estratégia é crescer em cima da infraestrutura existente
Competição na banda larga fixa chegou ao auge, estima Brisanet
Competição na banda larga fixa atingiu ponto mais alto, estima Brisanet (crédito: Freepik)

Em conferência sobre os resultados financeiros do terceiro trimestre, o CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, afirmou, nesta terça-feira, 14, que a competição na banda larga fixa atingiu o ponto máximo e que daqui para frente os provedores com infraestruturas mais resilientes devem se sobressair na disputa por clientes.

Segundo ele, diferentemente do período de 2018 a 2020, “nos últimos dois anos, não apareceram mais pequenos provedores”.

Além disso, ressaltou que “no caso de redes de baixa performance, é preciso trocar muita coisa na rua”, de modo que praticar preços na casa de R$ 39,90 ou R$ 49,90 por mês compromete a capacidade de investimento das empresas.

Nogueira ainda reforçou que, atualmente, o custo financeiro para captação de recursos dificulta o financiamento de pequenas empresas que atuam no mercado de banda larga fixa.

“Para a Brisanet, estamos no auge da competição, porque parou de entrar provedor. Os provedores jogaram os preços para baixo para rentabilizar a rede existente, mas muitos não vão conseguir segurar o desafio”, avaliou.

“Vai ser melhor para quem está mais resiliente nessa competição e ainda melhor para quem tem o 5G para competir”, acrescentou na mesma conferência em que apresentou o plano da empresa de expansão da área de cobertura móvel no ano que vem.

Redução de investimentos

Com 6,95 milhões de casas passadas (homes passed, ou HPs, em inglês) – isto é, residências que podem receber o serviço de internet fixa da operadora – e 4,65 milhões de portas de fibra, ao término do terceiro trimestre, a empresa indica que vai reduzir os investimentos na infraestrutura fixa, uma vez que o foco agora é ativar e ampliar a operação móvel.

No terceiro trimestre, a companhia ganhou 4,7 mil assinantes de banda larga fixa. Mensalmente, as adições líquidas têm desacelerado. Em agosto, foram 17,2 mil, caindo para 13,8 mil em setembro e caindo novamente para 10,4 mil em outubro.

“A ideia é crescer em cima da infraestrutura implantada e investir no cliente”, resumiu Luciana Ferreira, diretora de Relações com Investidores da operadora.

Na conferência, a diretora salientou que a empresa reduziu os investimentos totais, envolvendo todas as operações, para R$ 500 milhões neste ano, dos quais R$ 332 milhões foram desembolsados até setembro. Vale lembrar que a maior parte do que ainda está no caixa da Brisanet (R$ 100 milhões) já tem como destino o setor móvel.

Agility Telecom

A diretoria da Brisanet também comentou sobre as atividades da Agility Telecom. A rede de franquias que fornece serviços de internet tem perdido assinantes (fechou o terceiro trimestre com 192 mil), além de reduzir o número de franqueados (75) e HPs (859 mil) regularmente.

Isso acontece porque a companhia está revisando contratos com franqueados. “Estamos saneando a marca, ficando só com os franqueados que valem a pena. Fizemos alguns distratos e deixamos a operação mais enxuta, por isso a queda da base”, explicou Nogueira.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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