Indústria teme uso secundário de espectro, afirma Fórum IoT

Segundo Gabriel Marão, presidente do Fórum Brasileiro de IoT, alguns segmentos produtivos, como o de petróleo e mineração, temem fazer investimentos em sistemas que ocuparão frequências que poderão ser perdidas a qualquer momento.

Os segmentos de petróleo e gás e de mineração são alguns dos exemplos citados por Gabriel Marão, presidente do Fórum Brasileiro de IoT, como aqueles que demandam o uso primário ou prioritário de frequências. ” Os investimentos dessas indústrias são muito altos, e o prazo de maturação é diferente ao do setor de telecomunicações e, por isso, elas têm grande medo de ocupar um espectro em caráter secundário correndo o risco de, a qualquer momento, perderem essa licença”, afirmou executivo em Live do Tele.Síntese realizada hoje, 16.

Segundo ele, embora a Anatel esteja sinalizando que vá dar uma segurança para a ocupação em caráter secundário do espectro, diferentes segmentos industriais, que querem utilizar frequências em seus sistemas críticos, ainda estão intranquilos sobre essa questão. Ele defendeu que o Brasil acompanhe as iniciativas de diferentes países – como Alemanha e Estados Unidos – onde os reguladores estão destinando frequência para uso das diferentes verticais industrias, sem risco de tirá-las no futuro.

O gerente de Espectro, Órbita e Radiodifusão da Anatel, Agostinho Linhares, disse, durante a Live, que uma das alternativas em estudo pela agência, que poderá contemplar o segmento industrial, é a outorga de frequências por meio de “polígonos de área”, ou seja, para serem usadas em uma determinada instalação fabril, em uma determinada localidade.

Essa licença só seria concedida, no entanto, explicou o técnico, caso não haja na localidade qualquer serviço de telefonia celular e ela seria outorgada pelo prazo de cinco anos. O que, na avaliação de Marão, são fatores limitantes para a massificação da Internet das Coisas (IoT).

Marão disse ainda que a frequência de 700 MHz continua a ser pleiteada para a utilização exclusiva do serviço limitado privado (SLP), visto que há oferta de equipamentos e de soluções no mercado. Essa reivindicação, no entanto, não deverá ser contemplada pela agência, tendo em vista que os 10 MHz dessa faixa estão previstos para serem licitados no leilão a ser realizado no próximo ano para a aquisição das operadoras de telecomunicações.

Linhares afirmou que a Anatel estuda a destinação de outras frequências mais baixas para o uso privativo do setor industrial e citou a faixa de 410 MHz, que poderia contemplar 10 MHZ ( entre 410 e 415 MHz e 420 e 425 MHz) para o segmento industrial.

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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