InCeres prevê 10 anos para o país começar a massificar a digitalização no agro

Considerada um dos unicórnios entre as startups brasileiras, empresa monitora o solo em 3,5 milhões de hectares distribuídos em 18 estados

Classificada como um dos unicórnios brasileiros no universo de startpus, a InCeres nasceu em 2014 com o propósito de oferecer soluções para manejo da fertilidade do solo. De lá para cá, ganhou investimentos, aperfeiçoou o desenvolvimento de tecnologias de nutrição do solo e está presente em 3,5 milhões de hectares do país. Apesar desse desempenho, o sócio fundador e CEO da empresa, Leonardo Angeli Menegatti, acredita que o Brasil ainda terá uma trajetória de pelos menos 10 anos para, então, dar início à massificação da agricultura digital no país.

“O produtor rural brasileiro é um dos agentes que assume mais o risco na economia brasileira e tem a menor rede de proteção social”, observou o executivo. Na sua avaliação, o agropecuarista não quer ser digital, ele quer resolver problemas de sua lavoura. Para ele, ainda levará um tempo para que principalmente os pequenos e médios enxerguem como a tecnologia pode ajudá-los.

Ele lembra que um importante canal para levar tecnologia para lugares mais afastados são as assistência técnicas. “Mas apenas 1 milhão das 5 milhões de propriedades têm acesso a essas assistências. Mesmo as cooperativas, outro canal importante, atendem a 1/3 deles e os médios utilizam consultores”, observou o executivo, lembrando que todos se tornam parceiros das empresas de tecnologia, como a própria InCeres.

Mas os exemplos de ganho de produtividade com o uso da tecnologia acabam sendo um ótimo cartão de visitas. Menegatti citou um exemplo de um cliente seu, produtor de açúcar, que se tornou um case de sucesso da InCeres. Foi medido um potencial de produtividade da lavoura, que registrou 98,8 toneladas por hectares em média de cinco cortes. Depois de uso de ferramentas da empresa, esse produtor alcançou 108 toneladas por hectare e sete cortes quase 50 % a mais. “São processos onde se pode enxergar os resultados que que interessam aos produtores”, disse.

Mas nem sempre tudo é sucesso. De acordo com o executivo, muita coisa vai depender do grau de maturidade tecnológica do cliente e sua capacidade de absorver tecnologia e também dos fornecedores de simplificarem suas soluções para que possam ser aplicadas pelo próprio fazendeiro

Dedicada ao manejo da nutrição da planta, a InCeres desenvolveu uma plataforma que hoje já conta com várias aplicações. O fluxo principal é a fertilidade do solo, se é convencional, de precisão, quais as profundidades e outros indicadores, Esses dados são processados pela empresa que também se utiliza de outros fontes de informações, como de satélites, clima e outros dados,

Os números da InCeres são promissores. Ela atende 7200 fazendas, em 18 estados, o que a ajuda a criar um banco de dados com informações primárias de solo, de culturas, estado nutricional, entre outros. “Nós utilizamos várias ferramentas, como BI (Business Inteligent) e Inteligência Artifical para levamos aos agricultores informações para que sejam mais assertivos e competitivos”, ressaltou.

O executivo participou hoje do painel A agricultura de precisão na gestão, manejo e monitoramento da lavoura, durante o Agrotic 2020. O evento é promovido pela Momento Editorial em parceria com a EsalqTec.

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Wanise Ferreira

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