IA generativa deve ser usada como “copiloto” nas empresas, diz Microsoft

Tânia Cosentino, presidente da big tech no Brasil, assegura compromisso com o uso responsável da tecnologia; companhia vai oferecer serviço de criação de “copilotos” de IA
Microsoft defende uso responsável da IA generativa
Microsoft defende uso responsável da IA generativa (crédito: Eduardo Vasconcelos/TeleSíntese)

A Microsoft, grande investidora da OpenAI, startup criadora do ChatGPT, defende que soluções de Inteligência Artificial (IA) generativa sejam usadas pelas empresas como “copiloto” das atividades operacionais. A presidente da big tech no Brasil, Tânia Cosentino, afirmou que, após a incorporação do chatbot inteligente em seus serviços, a companhia quer ajudar outras empresas a desenvolverem sistemas com base em IA.

“Estamos disponibilizando o motor do GPT-4 [versão mais avançada do ChatGPT] e distribuindo-o para clientes para que eles possam criar as suas soluções”, afirmou Tânia, nesta terça-feira, 27, em palestra no evento Febraban Tech, realizado em São Paulo.

A executiva ressaltou que a empresa quer oferecer uma “IA responsável”, e não algo que “destrua o mundo”, ao mercado. Nesse sentido, a Microsoft desenvolveu o pacote de serviços Copilot, uma espécie de IA integrada às aplicações tradicionais da empresa (Word, Excel, Power Point etc.).

Na prática, as versões dos programas com IA facilitam, por exemplo, a localização de dados em planilhas, montam apresentações de slides com algumas informações e permitem receber um resumo de uma videoconferência mesmo sem o usuário acompanhá-la atentamente.

Agora, segundo Tânia, a empresa busca oferecer um mecanismo para que os usuários possam criar soluções inteligentes que otimizem as atividades operacionais. A iniciativa lembra o modo como a Amazon tem investido em IA.

“Começamos empoderando as próprias ferramentas da Microsoft. Depois, será vocês criando os seus ‘copilotos’”, destacou a executiva.

Próximos avanços

No mesmo evento, em um painel sobre IA generativa, Eduardo Joia, CTO da Indústria de Serviços Financeiras da Microsoft para América Latina, indicou que a companhia vê a adoção da IA como uma mudança de paradigma na indústria, de modo similar à implementação da nuvem há alguns anos. Ele atribui o sucesso popular do ChatGPT à facilidade de uso e à fluidez da plataforma.

“A inteligência artificial é tão inteligente quanto os documentos que você usa. Ela não vai saber nem mais nem menos do que está nos arquivos. A grande questão é que vai ficar superfácil treiná-la”, afirmou. “Será possível, inclusive, ajustar a personalidade da IA. Ainda está em fase beta, mas está vindo aí”, sinalizou Joia.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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