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GSMA: DSS é a implementação inicial do 5G

Apesar da manifestação do ministro Fábio Faria contra o uso do 5G para designar redes DSS, a GSMA lembra que o padrão consta inclusive da versão release 16 da tecnologia

Em entrevista ontem, 13, ao UOL, o Ministro das Comunicações Fábio Faria afirmou que pediria às operadoras para deixar de anunciar suas redes DSS como 5G. Para o ministro, essas redes, por não terem a mesma capacidade das redes 5G com espectro totalmente dedicado, não podem ser consideradas de quinta geração, mas sim, 4G.

Ele chegou a dizer que pediria às teles para desabilitar a informação de que o cliente conectado à rede DSS navega em uma rede 5G, como é comum aparecer nos topos das telas dos celulares.

Para Alejandro Adamowicz, diretor de tecnologia estratégia para a América Latina da GSMA, associação global que reúne operadoras móveis, no entanto, as redes DSS são, sim, 5G.

Ele explica que o 5G DSS é um padrão estabelecido pela 3GPP [The 3rd Generation Partnership Project em inglês, uma colaboração de 7 organizações que desenvolvem padrões de telecomunicações] que permite aproveitar as faixas de frequências já disponíveis para os serviços 4G LTE e compartilhá-las com o 5G NR (New Radio), padrão que foi definido pela 3GPP na versão 15 e 16 finalizadas em 2019 e 2020 respectivamente.

“Embora no caso do 5G DSS as faixas de frequências sejam compartilhadas com o 4G, eles são serviços distintos. Os serviços 5G DSS possibilitam velocidades maiores que o do 4G e precisam de terminais com capacidade para 5G”, ressalta o executivo.

Para ele, o 5G DSS pode ser considerado uma primeira implementação do 5G, porque ainda não possibilita desenvolver todo o potencial desta nova geração móvel, mas traz maior capacidade. “Um desenvolvimento completo do 5G precisa de faixas de frequências especialmente dedicadas para o uso. 4G e 5G vão coexistir por muitos anos já que eles oferecem serviços que são complementares”, lembra.

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