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Balanço

Grupo Telefónica diz que impacto da Covid-19 foi pequeno no 1º tri

Queda de receitas em produtos como roaming e pré-pago foi compensada pela redução dos custos comerciais. Ainda assim, tombo dos lucros foi de 56%. Desvalorização do real teve forte impacto no resultado do grupo.

O grupo espanhol Telefónica, dono da Vivo no Brasil, divulgou hoje, 7, seu balanço financeiro referente ao primeiro trimestre do ano. A companhia informou receitas de € 11,36 bilhões de janeiro a março deste ano, o que representa uma baixa de 5,1% sobre o mesmo período de 2019.

O Ebitda (lucro operacional antes de impostos, depreciações e amortizações) caiu 11,8%, para € 3,76 bilhões. O lucro líquido ficou em € 406 milhões, após tombar 56,2%. O Capex (investimento) do grupo diminuiu 4,4%, e terminou março em € 1,48 bilhão.

Das empresas do grupo, a Telefónica Espanha segue como principal geradora de receita, com faturamento de € 3,07 bilhões no começo do ano. A brasileira Telefônica Vivo vem em seguida, com € 2,21 bilhões.

Houve, porém, forte impacto da participação da Vivo no resultado da holding em função da desvalorização do real frente o euro. Isso levou a operação daqui a ter a queda nas receitas, após a conversão, de 13,6% – a maior de todas as operações do grupo. Na Espanha, a retração foi de 5,5%, enquanto no resto da América Latina, de 8,4%.

Juntamente com a desvalorização do peso chileno, o enfraquecimento do real causou queda de 3,2 pontos percentuais da receita do grupo.

A companhia terminou março com dívida líquida de € 38,22 bilhões. Uma alta de € 479 milhões.

Covid-19

O resultado do conglomerado europeu está fortemente ligado à pandemia de Covid-19. Tanto que o enfrentamento mereceu um longo discurso do CEO, José María Álvarez-Pallette.

Segundo ele, as telecomunicações ganharam em importância e demonstraram o quão essenciais são em uma situação absolutamente inesperada. Ele explicou que a empresa tem focado na saúde dos funcionários, com 95% da força de trabalho ficando em casa. E disse que a companhia vem trabalhando com autoridades e organizações sociais para contribuir para a redução do impacto dessa crise entre todos os stakeholders.

“A Telefónica não está imune à crise, mas é resiliente. Esta crise teve um impacto limitado em nossos resultados do primeiro trimestre. Nosso principais mercados tiveram bom desempenho”, avaliou.

A seu ver, a redução de receitas em segmentos como roaming, pré-pago e clientes corporativos foram compensados pela redução de custos comerciais e menor churn de clientes. Outros efeitos “positivos” do confinamento par ao caixa foi a possibilidade de reduzir Capex e o adiamento do leilão de espectro na Espanha.

“Ainda é cedo para avaliar a extensão dos efeitos da pandemia, mas temos ferramentas para mitigar os potenciais impactos negativos”, afirmou no relatório de resultados. E ressaltou que o grupo segue alinhado à estratégia divulgada no final do ano passado (que incluía separação de unidades, busca por parceiros e saída de mercados pouco rentáveis.

Crescimento do tráfego

Segundo a Telefónica, na Espanha, o confinamento elevou o volume de dados trafegados em 20%. Crescimento esse esperado para se dar ao longo do ano e ser atingido apenas em dezembro. No tráfego de voz fixa e móvel, a alta foi de 70%. E nos dados móveis, de 15%.

A alta se deveu ao consumo de vídeo e redes sociais, além de ferramentas de trabalho remoto em menor escala. A transmissão de dados de aplicativos como WhatsApp, Webex e Skype cresceu 600%, enquanto do Microsoft Teams, 464%.

A empresa explica que no período vem reestruturando a rede, a exemplo do que acontece no Brasil. A rede legada, de cobre, está sendo totalmente trocada por fibra óptica, liberando centrais para serem transformadas em data centers de edge computing.

Tudo isso será feito até 2025  – no Brasil, os prazos não são revelados, mas só devem ser definidos com a migração da empresa do regime público de exploração na voz fixa para o regime privado, o que permitirá desinvestimento na rede legada.

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