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Balanço

Grupo espanhol Telefónica multiplica o lucro no 4º trimestre

Companhia melhora resultados após reduzir quantidade de funcionários em todas as subsidiárias. Neste ano, prevê mais ajustes com implantação de inteligência artificial e continuidade do aumento na receita com tráfego de dados.

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O grupo espanhol Telefónica, dono da empresa de mesmo nome no Brasil, multiplicou em 4,2x o lucro no último trimestre de 2017. Os dados foram revelados hoje, 22, pela companhia, que registrou ganhos de € 825 milhões, ante € 193 milhões no mesmo período de 2016.

O número é resultado de uma política severa de redução de custos, que levou à economia de € 1,4 bilhão no período. A maior parte do corte de gastos aconteceu no setor de recursos humanos, que diminuiu gastos em € 1,2 bilhão no trimestre, 40% a menos que no quarto trimestre de 2016.

Dessa forma, mesmo com a receita de € 13,16 bilhões menor 4,1%, a companhia obteve um lucro operacional 146,3% maior que um ano antes.

Transformação digital

A companhia diz que os resultados positivos estão diretamente ligados à transformação digital. Ou seja, foi possível reduzir o número de funcionários graças à automação de soluções de atendimento, faturamento, manutenção.

Em todas as subsidiárias foi realizado um programa de demissões. No Brasil, por exemplo, houve diminuição de 1,2% na despesa com pessoal. No mundo, a empresa diminuiu em 5,1% a quantidade de empregados, que somavam 125,3 mil ao final de 2017.

O movimento deve continuar. A Telefónica avisa que ainda vai implementar mais ferramentas de automação no atendimento ao usuário, como reconhecimento de fala e processamento de linguagem natural. Além disso, prevê para este ano o início do uso generalizado da Aura, sua plataforma de inteligência artificial, que estará em todos os canais de interação com o cliente. O lançamento oficial acontece na próxima semana, em seis países.

2017

No ano, o resultado ajudou o grupo espanhol a diminuir seu endividamento em nada menos que € 4,4 bilhões. As dívidas somam € 44,23 bilhões. A receita de todos os trimestres de 2017 juntos ficou em € 52 bilhões, estável em relação a 2016. O OIBDA (lucro operacional antes de impostos e amortizações) foi de € 16,18 bilhões, 7,1% maior. E o lucro líquido fechou o ano em € 3,37 bilhões, 40,8% maior.

Os números vieram todos em linha com o guidance divulgado pela companhia em meados de 2017 para o ano. O grupo afirma que os resultados são todos positivos e fruto da estratégia de foco em FTTH, LTE, e redes de transporte “all IP”. Destaca que a migração para sistemas de maior capacidade, realizada desde 2012, resultou em um aumento de 16 vezes do tráfego de dados.

Diz, ainda, que ajustou a estratégia de vendas. Além da conectividade e cobrança pelo tráfego de dados, está integrando serviços de segurança, Big Data, nuvem e internet das coisas. Também continua a investir em eficiência da sua infraestrutura, preparando-se para implementações de 5G, eSON, SDN e fatiamento da rede (network slicing, em inglês).

A operação brasileira representou 23,1% da receita do resultado do grupo, atrás de Telefônica Espanha (24,3%) e Hispanoamérica (24,1%).

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