Grupo América Móvil se prepara para a Olimpíada mais “conectada” da história

Segundo a companhia, o tráfego de dados será quatro vezes o de Londres e terá duas vezes mais dispositivos do que o Superbowl

Com a proximidade da Rio 2016, que será aberta no dia 5 de agosto, os preparativos para garantir a infraestrutura de telecom do evento estão sendo finalizados pelo grupo America Movil que, no Brasil, reúne as empresas Embratel, Claro e NET. E também aumenta a tensão. Afinal, está deverá ser a Olimpíada mais conectada de toda a história, como ressalta o presidente da companhia, José Felix. A expectativa é de que gere quatro vezes mais dados do que os que foram registrados em 2012 em Londres.

Para enfrentar esse desafio, o esforço de ser o provedor de telecom que foi assumido pela Embratel, conforme os acordos fechados com o COI (Comitê Olímpico Internacional) há seis anos, foi encampado por todas as empresas do grupo. Essa é a primeira vez que as três trabalham efetivamente juntas para a realização de um grande projeto desde o processo de unificação do grupo realizado no ano passado.

Somadas as infraestruturas existentes mais os novos investimentos, o resultado foi a oferta de mais de 60 mil pontos especiais de acesso à Internet, 10 mil linhas de telefonia IP, 8 mil pontos de acesso Wi-Fi cobrindo inclusive 60 instalações olimpícas, dois data centers próprios, cabos submarionos AMX, que interligam Brasil e países da América Latina aos Estados Unidos, satélite Star One C4, 97 novas estações 3G e 4G, 20 mil linhas dessas tecnologias, 12 mil pontos de TV por assinatura. E aquele que é considerado para a empresa a menina dos olhos, o backbone olímpico com 370 quilômetros de fibra óptica.

O trabalho pela frente é, no mínimo, desafiador. Serão mais de 61 mil horas de transmissão de TV para 5 bilhões de pessoas em 200 países. A projeção é de que serão enviados 3 milhões de mensagens e 18 milhões de minutos de voz em todo o evento. A rede olímpica terá velocidade de 40 Gigabits por segundo conectando mais de 60 mil pontos de acesso à rede.

“Teremos 2 vezes mais dispositivos móveis conectados simultaneamente do que o Superbowl 50, o maior evento esportivo dos Estados Unidos que registrou 26 mil devices”, comentou Marcio Carvalho, diretor de marketing para segmento residencial do grupo. Na sua avaliação, além de um grande desafio as Olímpiadas também se transformarão em grande oportunidade de crescimento para a companhia.

Ainda na comparação com as Olímpiadas de Londres, José Formoso, presidente da Embratel lembra que no evento anterior o que predominou foi mensageria e dados. Agora, ressaltou, o que deverá predominar será o envio de vídeo, o que muda a configuração do perfil de tráfego na rede. “Esse é um desafio enorme, mas também nos deixa muito orgulhosos”, afirmou o executivo, o primeiro dentro do grupo que decidiu apostar na candidatura da companhia para ser o provedor oficial de telecom do evento.

Marcelo Miguel, diretor executivo de Negócios e Marketing da Embratel, lembrou que no início do projeto dentro da empresa eram 10 pessoas trabalhando exclusivamente para isso. Hoje, são cerca de 3 mil e durante o evento as equipes trabalharão 24X7 no TOC (Technology Operational Center) de onde será feita toda a gestão da rede e dos serviços. “Nós aproveitamos a estrutura física das três empresas, que já é gigantesca, mas tivemos de criar infra para demandas específicas do COI”, afirmou. A segurança é uma das prioridades e até agora foram realizadas 43 testes para possíveis ocorrências que não registraram problemas, de acordo com o executivo.

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Wanise Ferreira

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