IA pode aperfeiçoar ofertas de upsell e cross sell para provedores

Tecnologia deve ajudar operadoras e ISPs a customizarem a oferta de serviços, além de oferecer percepções mais assertivas sobre as demandas dos clientes de banda larga

IA traz oportunidades de upsell e cross sell para provedores

Destino dos maiores investimentos em tecnologia na atualidade, a Inteligência Artificial (IA) deve trazer oportunidades para operadoras e provedores de serviços de internet (ISPs) rentabilizarem as redes de telecomunicações. A adoção de soluções desse tipo também será fundamental para prestadores de banda larga otimizarem suas operações, tendo em vista o aumento da necessidade de análise de dados.

Em talk show promovido pelo Tele.Síntese, nesta terça-feira, 30, Francisco Sant’Anna, líder global de Marketing para o Segmento de Provedores da Ciena, recomendou que os provedores utilizem infraestruturas modernas capazes de agregar novos serviços – isto é, não apenas transmitir tráfego de dados. Segundo ele, com uma rede atualizada, a IA poderá potencializar as operações dos ISPs.

“Uma vez que esses algoritmos analisam milhares de variáveis de redes, vão ser capazes de criar propostas de rentabilização, incluindo upsell, cross sell e alocação de banda”, afirmou Sant’Anna. “Nesse campo de customização de serviços, a IA traz insights sobre a demanda que um profissional não consegue produzir”, acrescentou, em debate moderado pela diretora-executiva do Tele.Síntese, Miriam Aquino.

O executivo da Ciena ainda apontou que, na esteira de novos negócios proporcionados pela IA, operadoras e provedores terão oportunidades de vender infraestruturas de edge computing.

“Tudo começa com a tecnologia de rede que as operadoras estão usando. Se estiver com tecnologias legadas, fica mais difícil mapear essas variáveis e obter maior valor a partir delas”, ponderou Sant’Anna.

Ampliação do portfólio de serviços

O presidente executivo da Associação Brasileiras das Prestadora de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp), Luiz Henrique Barbosa da Silva, destacou que, por volta de 2010, o faturamento do setor nacional de telecomunicações era cerca de três vezes superior ao de TI. Contudo, na atualidade, a relação se inverteu, com os serviços de TI gerando o dobro de receitas do que os de telecom.

Com base nesse contexto, o dirigente sugeriu que, como forma de rentabilizar as redes, “vender cloud e segurança cibernética é importante” para as prestadoras com atuação no segmento B2B.

“No varejo, o streaming é o mais óbvio, mas soluções de casa conectada e segurança física também são interessantes. Vemos isso se endereçando em mercados de alta renda”, pontuou Silva.

Rafael Marquez, CRO da Ligga Telecom, disse que a operadora busca agregar serviços em cima da conectividade, como streaming, soluções para games, data center e hospedagem. Para ele, a IA deve ajudar as empresas a otimizarem a utilização da rede, incluindo projetos de expansão.

“O uso da IA pode trazer essa enxurrada de dados para ter insights importantes de rotas, regiões e cluster de clientes”, avaliou Marquez. “Não dá para fugir da aplicação da IA, porque a velocidade e a quantidade de dados são cada vez maiores. Vamos precisar nos valer dessa tecnologia”, assinalou.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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