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QMC chega a 3,4 mil pontos ativos no Brasil, um terço “ao nível da rua”

QMC aposta em soluções ao nível da rua e em ambientes indoor para crescer no segmento de infraestrutura passiva

André Machado, QMC

A detentora de infraestrutura passiva QMC passou a marca de 1 mil estruturas ativas com small cells, os chamados pontos ao nível da rua (ou Street Level Solutions, SLS, na sigla em inglês).

Bancas, mobiliário urbano, fachadas de edifícios com contratos junto à QMC são utilizados por Claro, TIM e Vivo para a instalação de small cells e melhora da rede móvel em pontos estratégicos nas cidades, aqueles com maior trânsito de pessoas.

Além das estruturas SLS, a empresa detém torres e sistemas de antenas distribuídas em shopping centers, hospitais, estádios. Ao todo, a QMC tem 3,4 mil pontos ativos, de qualquer tipo, irradiando sinal de telefonia móvel.

Embora ainda não seja a principal fonte de receita, a divisão de SLS, que existe desde 2016, deu um salto no ano passado. Com isso, tornou-se a grande aposta da empresa para crescer.

Segundo André Machado (foto), Head LATAM, a QMC tem o direito já negociado com proprietários de imóveis e mobiliário urbano para uso exclusivo de mais de 50 mil pontos no Brasil. Destes, 25 mil são paradas de ônibus de São Paulo, capital, as quais poderá explorar sem concorrência.

“É um business ainda bem desafiador, não tem grandes volumes, mas acreditamos para o futuro”, afirma. Os números fazem da QMC a maior detentora de pontos SLS e DAS do país, garante o executivo. A empresa também é dona de torres, mas neste segmento fica atrás de rivais como American Towers e SBA.

Apesar de ser um segmento desafiador, ele conta que em 2022 a demanda por SLS cresceu, mas não por causa do 5G. “As operadoras estão contratando os pontos para implantação de células 4G. Quase 90% são 4G”, diz.

Os projetos mais recentes são de cobertura da Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini, em São Paulo. A área de grande movimento recebeu 25 pontos SLS.

Segundo ele, a regulação favorece o desenvolvimento do SLS nos próximos anos, uma vez que pela Lei Federal das Antenas, small cells não dependem de licenciamento junto às prefeituras para implantação.

Machado não abre dados financeiros. Mas diz que a QMC cresce em faturamento 30% ao ano há cinco anos, e prevê repetição desta cifra para 2023. Tanto que a perspectiva é terminar o ano com 4,5 mil ativos, mil a mais que os 3,5 mil ativos atuais.

O executivo diz que a QMC chegou a avaliar sua entrada no mercado de infraestrutura neutra de fibra óptica, mas concluiu que fugia de seu plano estratégico, focado na construção sob demanda (green field) de torres, DAS e SLS para operadoras.

O potencial para o mercado móvel, observa, é enorme: “Com o 5G, vemos aumento grande da necessidade de soluções indoor, DAS, pois as altas frequências não penetram nestas edificações. E no mercado de torres, o país têm cerca de 90 mil torres, enquanto uma cidade como Tóquio tem 70 mil. Portanto, a oportunidade é crescente”, conclui.

A QMC tem por trás os fundos Housatonic, Accel Partners, Grupo Santo Domingo, TTCER Partners e US$ 200 milhões em crédito já tomado para a construção de novas redes, junto aos bancos Itaú BBA, BNP Paribas, MUFG e IDB.

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