Eutelsat e Oneweb revelam estratégia após fusão

Eutelsat vai integrar infraestrutura aos poucos com a OneWeb, até 2028, quando será ativada comercialmente a segunda geração da constelação de órbita baixa do grupo.

Foguete lança satélite da Eutelsat

A Eutelsat e a OneWeb revelaram ontem, 12, alguns detalhes dos planos futuros após a fusão de ambas as empresas, ocorrida em julho. Embora continuem operando como marcas diferentes, a união vai resultar em um plano integrado de infraestrutura, que vai atender tanto constelações de baixa órbita, como de satélites geoestacinários.

Essa rede já otimizada para ambos os usos será a OneWeb Geração 2, e vai substituir a geração atual de satélites da OneWeb, reduzindo o custo de entrada da empresa no mercado satelital.

As empresas também passam a realizar ofertas conjuntas aos clientes. Vai criar pacotes de serviços que mesclem as duas formas de conectividade satelital (baixa e alta órbita). Também vão desenvolver em conjunto novas soluções para “casos de uso do futuro”.

A Eutelsat diz que a fusão também vai permitir ao grupo acelerar o início da comercialização de serviõs da OneWeb, que ainda não colocou todos os seus satélites no espaço e vai vender banda larga de alta velocidade, com baixa latência.

Segundo as empresas, em comunicado conjunto, o futuro do setor de satélites reside na combinação das órbitas, e a união traz vantagens financeiras, estratégicas e industriais.

As empresas repetiram estimativas de que o mercado global de serviços baseados em conexão por satélite vai triplicar de tamanho e passar dos atuais US$ 4,3 bilhões para US$ 16 bilhões. O crescimento apenas no segmento dos satélites de baixa e média órbita será 2,5x mais acelerado, e em 2030 representará já metade das receitas do mercado mundial.

A demanda virá de governos, conexão banda larga fixa e móvel e links dedicados, que são mais bem atendidos por meio de uma combinação LEO/GEO, afirma.

No momento, dois terços dos satélites da geração 1 da OneWeb foram lançados. Geram receita no hemisfério Norte. Até o final de 2023, será comercialmente ativado no resto do mundo. A conexão média onde funciona tem sido de 195 Mbps, com latência de 70 milissegundos.

As receitas apenas da OneWeb vai passar de € 50 milhões em 2023, para € 600 milhões em 2027, afirmam.

A geração 2 da constelação será colocada em órbita e ativada comercialmente em 2028. O custo de lançamento será “consideravelmente” mais baixo, por conta dos investimentos em infraestrutura terrestre feitos para atender a geração 1.

A integração da infraestrutura da Eutelsat à da OneWeb será paulatina e vai ser concluída também em 2028.

No primeiro momento serão feitas vendas de planos melhores aos atuais clientes e vendas cruzadas. No segundo momento, com a integração completa, as redes serão automatizadas para o tráfego fluir pelas rotas mais eficientes, sem necessidade de diferenciação por segmento LEO ou GEO.

As sinergias financeiras esperadas passam de € 310 milhões (R$ 1,6 bilhão) em cinco anos.

Combinadas, as empresas serão receita de € 1,2 bilhão em 2023. Em 2027, a receita do grupo será de € 2 bilhões. Já o EBITDA passará de € 700 milhões em 2023 para € 1,4 bilhão em 2027.

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Da Redação

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