Espectro dinâmico impulsionará uso do WiFi em indústrias, diz estudo

Material da DSA e do Wireless Future Project indica que ferramentas para coordenar o compartilhamento de frequências, como o AFC para o WiFi 6E, vão se tornar fundamentais à medida que a demanda por conectividade cresce
Espectro dinâmico é o futuro do WiFi, indica estudo
Espectro dinâmico deve ser cada vez mais necessário conforme a demanda por WiFi cresce, indica relatório (crédito: Freepik)

A utilização de um Sistema de Gerenciamento Dinâmico de Espectro (DSMS, na sigla em inglês) reforçará o uso da conectividade sem fio em indústrias críticas, protegendo, ao mesmo tempo, usuários em frequências compartilhadas. Essa é a conclusão de um estudo divulgado nesta semana por Dynamic Spectrum Alliance (DSA) e Wireless Future Project.

O material indica que, à medida que a procura por conectividade sem fio cresce, a utilização de sistemas automatizados de gestão de espectro para coordenar o compartilhamento eficiente de frequências emerge como uma ferramenta de uso crítico.

Como exemplo, o estudo cita a tecnologia de coordenação automatizada de frequência (AFC), usada para impedir interferências na banda de 6 GHz como parte da experiência do WiFi 6E em ambientes externos (outdoor).

De acordo com o relatório, intitulado “Solving the Spectrum Crunch” (Resolvendo a trituração do espectro, em tradução livre), as soluções de DSMS são capazes de expandir o fornecimento de conectividade sem fio crítica para uma série de indústrias e atividades econômicas em diferentes bandas de frequência.

No caso do WiFi 6E, os sistemas AFC devem permitir o uso de aplicações de alta potência em ambientes externos, estádios e outros locais destinados à prática esportiva.

O estudo ainda indica que o DSMS também pode ser aproveitado para fornecer capacidades adicionais, incluindo o monitoramento e a coleta de dados sobre os usos reais de uma banda e a otimização da coexistência para minimizar interferências mútuas.

Além disso, aponta que tecnologias emergentes – como dados geográficos detalhados, informações em tempo real sobre ocupação do espectro, serviços de banco de dados baseados em nuvem, blockchain e Inteligência Artificial (IA) – devem ampliar os benefícios do DSMS.

“A evolução técnica da coordenação de frequência manual para a dinâmica produz benefícios substanciais e demonstráveis para reguladores, partes interessadas da indústria e usuários finais”, diz Michael Calabrese, diretor do Wireless Future Project e autor do estudo. “A capacidade do espectro é cada vez mais procurada, mas faixas adicionais, incluindo a de 6 GHz, estão emergindo como candidatas para utilização compartilhada através do AFC”, complementa.

As conclusões do estudo seguem a decisão da Comissão Federal de Comunicações (FCC), órgão regulador do setor de telecomunicações dos Estados Unidos, para iniciar o processo de certificação de sistemas AFC operando na banda de 6 GHz.

O material também afirma que há a expectativa de que o Brasil tome o mesmo caminho – ou seja, destinar a integralidade da banda de 6 GHz para o uso não licenciado na forma do WiFi, o que irá requerer o gerenciamento via plataforma AFC para uso em áreas externas.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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