ESG demanda por profissionais de RI

Apenas 37% das empresas contam com especialistas ESG na área de Relações com Investidores (RI) e somente 17% vão contratar alguém com esse perfil em 2022, diz Deloitte.
ESG demanda profissionais de RI-credito-freepik
Crédito: Freepik

 O ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês) é vista como oportunidade de liderança e protagonismo para empresas e profissionais de Relações com Investidores (RI), no entanto apenas 37% das organizações contam com especialistas no assunto na área de RI e apenas 17% pretendem contratar alguém com esse perfil em 2022, segundo mostra pesquisa desenvolvida pela Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri).

Para a realização do estudo foram entrevistadas 63 empresas, sendo 73% delas listadas em Bolsas de Valores no Brasil ou no exterior e 56% têm receita líquida acima de R$ 1 bilhão. O resultado aponta ainda que a padronização de indicadores ESG é um importante desafio para as organizações, frente às crescentes necessidades regulatórias e de mercado.

Além disso, destaca que, com aumento expressivo de investidores pessoa física nos últimos três anos, as empresas pretendem expandir sua comunicação para canais mais abrangentes, como mídias sociais, a fim de alcançar um público cada vez mais pulverizado e diverso.

Segundo a pesquisa, 68% das empresas indicaram liderança em questões ESG; 56% mencionaram a atração de investidores internacionais; e 48% destacaram o ambiente de trabalho híbrido. Para o profissional de RI, a pauta ESG também oferece a oportunidade de maior protagonismo (70%). Os profissionais também identificaram oportunidades de maior governança (65%), amadurecimento da gestão de crises (51%) e adoção de novas tecnologias para acompanhamento do desempenho da empresa (51%).

De acordo com o levantamento, 80% das empresas pretendem criar um relatório com indicadores ESG ou melhorar o já existente. Entre os desafios no desenvolvimento disso, estão a falta de padronização dos dados (51%), a falta de equipe especializada (27%), a falta de ferramentas para coleta de informação (27%) e a materialidade financeira de métricas (27%).

Os pilares Ambiental (78%) e de Governança (77%) têm mais indicadores definidos pelas companhias de capital aberto do que o pilar Social (67%). O envolvimento de diferentes áreas, métricas e métodos entre os pilares ESG desafia a padronização e a consolidação de informações, que é feita principalmente de forma manual. Apenas 3% das empresas de capital aberto pesquisadas adotam um software padrão para essa função.

Maior envolvimento da área de RI

A pesquisa mostra que 87% das empresas listadas aumentaram o envolvimento e o conhecimento da área de RI nos temas ESG nos últimos 12 meses e discutem questões sociais ou ambientais nas reuniões de Conselho de Administração. Já 60% esperam aumentar o orçamento destinado a ESG para 2022.

Contudo, as empresas pesquisadas demonstraram ainda enfrentar gargalos na incorporação de profissionais especializados, seja na área de RI ou no Conselho de Administração. Somente 37% tem algum especialista de ESG na área de RI e apenas 17% pretendem contratar um profissional com esse perfil em 2022. Já 38% têm pelo menos um membro do Conselho com experiência na gestão de questões ESG.

(Com assessoria)

Avatar photo

Redação DMI

Artigos: 1770